Encenada pelos directores artísticos das duas companhias, José Russo e António Augusto Barros, esta co-produção apresenta-se na cidade de Évora até 30 de Outubro.
A obra de Gil Vicente é uma marca incontornável nos reportórios d'A Escola da Noite e do Cendrev, que partilham o «gosto» por trabalharem sempre o texto original, ainda que através de abordagens cénicas contemporâneas.
No ano em que se comemoram os 500 anos da primeira apresentação do Auto de Moralidade da Embarcação do Inferno, também conhecido como Auto da Barca do Inferno, as duas companhias partiram para a montagem do «mais estudado e mais emblemático» texto vicentino.
José Augusto Cardoso Bernardes é o consultor científico do projecto. No texto que escreveu para o programa do espectáculo salienta: «pela mão qualificada, segura e inventiva da Escola da Noite e do Centro Dramático de Évora, ficamos em condições de problematizar temas de sempre: Morte e Vida, Mal e Bem, Ter e Poder. E, para tal, nem sequer precisamos de sair completamente do século XXI. Com os pés assentes no nosso tempo, bastará alongar o ouvido e apurar a visão para escutar a sensibilidade e a moral de um outro tempo que, afinal, não está ainda tão afastado de nós como pode parecer».
O espectáculo conta com um elenco misto, composto por Ana Meira, Jorge Baião, José Russo, Rosário Gonzaga e Rui Nuno, do Cendrev; e de Igor Lebreaud, Maria João Robalo e Miguel Magalhães, d'A Escola da Noite. Mas a equipa só fica completa com Ana Rosa Assunção (figurinos e bonecos), João Mendes Ribeiro e Luisa Bebiano (cenografia), António Rebocho (iluminação) e Luís Pedro Madeira (música).
No Teatro Garcia de Resende, em Évora, a Embarcação do Inferno estreia amanhã e apresenta-se de quarta a sábado, às 21h30, e aos domingos, às 16h00. Às quartas, quintas e sextas-feiras haverá sessões especiais para grupos escolares, mediante marcação prévia.
Em Novembro, o espectáculo ruma a Coimbra. Entre os dias 10 de Novembro e 4 de Dezembro, estará em cena no Teatro da Cerca de São Bernardo.
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