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Grande adesão à greve na Amazon de San Fernando de Henares

A paralisação de 32 horas convocada no maior armazém da Amazon em Espanha teve uma adesão de 60% a 70%, segundo os sindicatos, que denunciam as práticas da empresa para minorar os efeitos da greve.

Piquete de greve em acção durante a greve realizada no armazém da Amazon de San Fernando de Henares por ocasião da Black Friday
CréditosLito Lizana / El Salto

A greve, convocada nas vésperas de Reis – numa das alturas com maior volume de negócio da empresa de venda online –, teve uma duração de 32 horas, entre ontem e hoje, com a adesão dos trabalhadores a rondar os 60% nos dois turnos da noite e no da tarde, e a atingir os 70% na manhã de ontem, segundo revelaram os sindicatos CGT e CCOO.

Comentando estes dados, o representante sindical da CGT Moisés Fernández manifestou ao El Salto a sua «satisfação», tendo em conta que os trabalhadores continuam firmes na reivindicação de melhores salários e melhores condições laborais, e a denunciar a «imposição unilateral» de um acordo sectorial por parte da empresa que, afirmam, implica a retirada de direitos conquistados e que estavam consagrados no acordo de empresa.

Depois das greves realizadas em Maio e Julho no maior centro logístico que o gigante mundial do retalho possui no Estado espanhol e na Península Ibérica, em San Fernando de Henares (Madrid), em Novembro os sindicatos anunciaram uma nova leva de parasilações, que coincidiram com picos de venda da empresa – como a Black Friday e a ponte da Constituição (espanhola).

Para dia 19 de Fevereiro, está agendada uma nova paralisação no centro logístico, que coincide com o julgamento contra a empresa – adiado desde Setembro último –, na sequência de uma acção interposta pelas CCOO.

A Amazon a tentar «boicotar» a greve

De acordo com os sindicatos, a elevada adesão à greve provocou «importantes atrasos» nas entregas, numa altura em que, em várias regiões do Estado espanhol, prevalece a tradição de dar os presentes de Reis. Fontes da empresa negaram tudo isto, inclusive a adesão à greve, segundo refere a Reuters.

As organizações sindicais afirmam ainda que muitas embalagens foram desviadas para outros centros logísticos – algo que a multinacional norte-americana costuma fazer quando há greves em San Fernando de Henares.

Ao diario.es, um trabalhador disse que «a Amazon chegou a chamar trabalhadores para assinarem o seu contrato definitivo no próprio dia convocação da greve» e os sindicatos denunciam ainda a tentativa da empresa de «boicotar» a greve com recurso à contratação de pessoal através de empresas de trabalho temporário (ETT) para substituir os trabalhadores em greve – algo que a Amazon nega.

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