De acordo com a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a jornada de luta desta quinta-feira incluiu paralisações, concentrações, manifestações, mais de 200 acções em todo o território francês, que contaram com a participação de centenas de milhares de trabalhadores, reformados e estudantes, e a adesão de estruturas sectoriais, como o sindicato da cultura e o das Companhias Republicanas de Segurança.
«Estamos a confrontar um presidente da República (Emmanuel Macron) que pretende promover um retrocesso em matéria de direitos laborais como nunca se tinha tentado», disse à Prensa Latina o dirigente da CGT na região parisiense, Pascal Joly, sublinhando que se trata também de um «retrocesso social» e «de civilização».
Para Joly, um dos principais problemas da actual reforma prende-se com o reforço que é dado às empresas ao nível das negociações, em detrimento do Código do Trabalho e da negociação colectiva.
Com a reforma, que Macron quer aprovar hoje em Conselho de Ministros, os trabalhadores ficam «muito mais vulneráveis face aos patrões, na medida em que passa a ser uma luta individual em cada empresa», explicou Joly. Daí a necessidade de defender a lei como elemento fundamental, com os direitos colectivos que nela estão consagrados e que «permitem aos trabalhadores defender-se nas negociações com o patronato», frisou.
A CGT entende que o Código de Trabalho não deve estar «ao serviço dos capitalistas», mas tem de «ser favorável aos assalariados», protegendo-os das «arbitrariedades que reinam cada vez mais nas empresas», disse à Prensa Latina.
«Luta está para durar»
A jornada de luta de ontem contra a reforma laboral seguiu-se à que teve lugar no dia 12 de Setembro e que mobilizou cerca de meio milhão de pessoas. Além do secretário-geral da CGT, Philippe Martínez, participaram nas manifestações algumas figuras políticas conhecidas, como Jean-Luc Mélenchon, líder do movimento França Insubmissa, Pierre Laurent, líder do Partido Comunista, e Benoît Hamon, ex-candidato à presidência da República pelo Partido Socialista.
Em comunicado, a CGT salienta o crescendo da «unidade sindical», como resultado das muitas reuniões, assembleias e plenários que os trabalhadores têm estado a realizar nas empresas, para «tomar conhecimento das medidas nefastas» da reforma de Macron e «debater as suas exigências em matéria salarial, de emprego e de condições de trabalho».
A organização sindical afirma que a «luta está para durar», estando já programadas uma paralisação no sector dos transportes (25 de Setembro), uma manifestação de reformados e pensionistas (28 de Setembro) e uma greve no sector público (10 de Outubro).
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