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Processo de saída do Reino Unido é «oportunidade», defende PCP

Considerando que a UE é «contrária aos interesses dos povos» e «corroída por insanáveis contradições», os deputados do PCP no PE sublinham que o referendo britânico e o processo que se hoje se inicia, com a activação do artigo 50.º, expressam essa realidade.

Big Ben visto através de uma bandeira da União Europeia durante uma manifestação contra Brexit, Reino Unido. Londres, Reino Unido, 29 de Março de 2017
CréditosAndy Rain / Agência Lusa

Na sequência do referendo realizado a 23 de Junho de 2016, em que 52% dos britânicos votaram a favor do Brexit [British Exit], o governo britânico accionou hoje o artigo 50.° do Tratado de Lisboa, formalizando o início do processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Salientando que o Brexit «comprova a crescente contestação popular às políticas e pilares da UE», os deputados do PCP no Parlamento Europeu (PE) consideram que o processo a que hoje se dá início «não deve, em momento algum, basear-se na chantagem ou ser utilizado para punir o povo britânico», devendo antes «respeitar a sua livre e soberana decisão».

Os deputados comunistas, que alertam para eventuais tentativas de «perverter ou contornar a decisão do povo britânico» com base no processo negocial, comprometem-se, no âmbito desse processo, «a agir pugnando pelo respeito da decisão soberana do povo britânico e na defesa e salvaguarda dos interesses dos trabalhadores e do povo português, bem como dos interesses de Portugal e das suas relações de cooperação mutuamente vantajosas com o Reino Unido».

Uma «oportunidade»

De igual modo, os deputados do PCP no PE deixam clara a sua rejeição da «instrumentalização de decisões soberanas – como a saída do Reino Unido da UE – para reforçar o neoliberalismo, o federalismo e o militarismo», sublinhando que «tal processo deve ser encarado como uma oportunidade para se enfrentar e resolver os reais problemas dos povos, questionando todo o processo de integração capitalista da UE e abrindo um novo e diferente caminho de cooperação na Europa, de progresso social e de paz».

Caracterizando a UE como um projecto «ao serviço dos interesses do grande capital e das principais potências europeias», os comunistas portugueses rejeitam «a agenda em curso de aprofundamento do processo de integração capitalista assente numa falsa ideia da defesa da Europa», lê-se na nota que hoje emitiram.

Reafirmam, para além disso, que a solução para os graves problemas com que os povos da Europa se confrontam assenta num «processo de cooperação entre Estados soberanos e iguais em direitos, de progresso social, defensor da paz, da solidariedade, do respeito mútuo, de defesa dos direitos dos trabalhadores e dos povos».

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