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Sexto dia de greves em França, com mais mobilizações contra a reforma das pensões

França vive hoje o sexto dia de greve em protesto contra o projecto de reforma das pensões promovido pelo governo de Macron e que a CGT define como um «presente às seguradoras privadas».

A CGT reiterou a oposição ao projecto da reforma que «conduzirá à diminuição do valor das pensões» e, em conjunto com outras organizações sindicais, defende o reforço da greve e da mobilização
Créditos / eurotopics.net

A jornada de luta desta terça-feira, convocada pela maioria dos sindicatos, ocorre na véspera da apresentação, por parte do primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, do projecto com que o governo francês procura substituir os actuais 42 regimes de pensões por aquilo a que chama um «sistema universal por pontos» e que defende como «mais justo».

Tal como Macron, Philippe insiste que esta reforma é para levar por diante, alegando que, de outro modo, os franceses seriam confrontados, no futuro, como uma outra, «bem brutal».

No entanto, os trabalhadores de vários sectores de actividade – sobretudo dos transportes, mas também docentes e da área da Saúde –, pensionistas e estudantes não se mostram muito convencidos com a argumentação, pelo que a adesão às jornadas de greve, iniciada dia 5, tem sido grande, assim como as mobilizações, por todo o país.

Para hoje estão previstas novas manifestações – de tal modo que o governo de Macron anunciou a mobilização de milhares de efectivos policiais –, depois da intensa jornada de greve de segunda-feira, que foi também marcada pelo diálogo – sem sucesso – entre o executivo, que defende a «necessidade» da reforma, e a maioria dos sindicatos, que a classificam como «inaceitável» e uma forma de «ir ao bolso dos reformados».

Apelo à mobilização, num contexto de «retrocesso»

Numa nota, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) reiterou a oposição ao projecto da reforma que «conduzirá à diminuição do valor das pensões», tendo afirmado que se trata de um «presente às seguradoras privadas», das quais o autor da reforma, Jean-Paul Delevoye, é «próximo».

A central sindical lembra que Delevoye foi obrigado a demitir-se do cargo de admnistrador de um instituto de formação de seguradores, depois de terem sido reveladas as suas ligações ao meio das seguradoras, que ele se terá «esquecido de declarar».

Esta reforma representa ainda um «golpe» aos «mais precários», sendo que 750 mil desempregados vão perder direito a indemnização e 650 mil vão ver o seu valor diminuir.

Neste sentido, a CGT, em conjunto com outras organizações sindicais, defende o reforço da greve e da mobilização.

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