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Venezuela irá duplicar venda de petróleo à Índia, apesar das ameaças de Bolton

A empresa estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) duplicará as exportações petrolíferas para o país asiático. O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, reagiu com mais ameaças.

A Venezuela vai aumentar consideravelmente a exportação de petróleo para a Índia
Créditos / eluniverso.com

O anúncio de que a PDVSA irá aumentar para o dobro as exportações de petróleo à Índia, revelado pela TeleSur, foi feito esta semana pelo ministro venezuelano do Petróleo, Manuel Quevedo, no âmbito de uma visita que realizou ao país asiático para participar na 13.ª Conferência Internacional de Petróleo e Gás (Petrotech 2019).

Quevedo afirmou que manteve em Nova Déli, com as autoridades indianas, um «encontro muito produtivo», tendo acrescentado que a PDVSA enviará para a Índia «todo o petróleo de que necessita».

A Índia é, actualmente, o segundo comprador de petróleo venezuelano, a seguir aos Estados Unidos, adquirindo mais de 300 mil barris por dia, revela a TeleSur. Mantém, para além disso, investimentos importantes no sector energético do país caribenho e explora hidrocarbonetos conjuntamente com o Estado venezuelano, participando em empresas de tipo misto.

No contexto do golpe que está a promover contra o país sul-americano, no final de Janeiro a administração norte-americana impôs sanções à empresa estatal petrolífera venezuelana, que passam pelo congelamento de 7 mil milhões de dólares em activos dessa empresa em solo norte-americano, a que acresce uma perda nas suas exportações, nos próximos anos, estimada em 11 mil milhões de dólares, segundo foi revelado na altura.

Esta quinta-feira, o presidente da Bolívia, Evo Morales, veio a público saudar a decisão da Índia de aumentar a compra de petróleo à Venezuela e «a sua iniciativa de lhe pagar com produtos, face às sanções dos EUA». «O império deve entender que o mundo é multipolar e que não pode submeter outros Estados à sua vontade», escreveu ainda Morales na sua conta de Twitter.

As ameaças de Bolton, conselheiro do golpe

Referindo-se ao negócio renovado no sector petrolífero entre a Venezuela e a Índia, John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, também recorreu ao Twitter, no seu caso para avisar que os Estados Unidos «não esquecerão» os países e empresas que «apoiarem o roubo dos recursos da Venezuela por parte de Maduro» e deixando claro que cabe a Washington zelar pelos «bens do povo venezuelano».

Recorde-se que, no âmbito do golpe de Estado organizado e promovido por Washington contra a República Bolivariana da Venezuela, as sanções impostas pelos EUA assumem um papel fundamental, na medida em procuram conduzir o país à asfixia económica, ao caos e à ingovernabilidade. À cobertura mediática «a soldo», mercenária, cabe o papel e criar a percepção da «crise humanitária» e de que esta é imputável ao chavismo.

De acordo com uma investigação do Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica, referida pela Prensa Latina, o bloqueio financeiro internacional imposto pela administração norte-americana à Venezuela provocou a perda de 350 mil milhões de dólares em produção de bens e serviços entre 2013 e 2017.

Chegam à Venezuela 933 toneladas de produtos médicos

O ministro venezuelano da Saúde, Carlos Alvarado, revelou que chegaram 64 contentores com 933 toneladas de produtos médicos, esta quarta-feira, ao porto de La Guaira, no estado de Vargas.

Trata-se de medicamentos e outros materiais médicos que chegam ao país no âmbito de convénios que a Venezuela mantém com Cuba, China, Rússia, Palestina e Turquia, e da cooperação com agências das Nações Unidas.

O ministro precisou que foram investidos 25 milhões de euros e que espera poder esvaziar no espaço de uma semana os contentores, cuja chegada resulta, na sua maioria, «de acordos com Cuba e a China, e de compras no mercado internacional, a empresas que não bloqueiam» a Venezuela.

O ministro sublinhou o esforço feito pelo governo venezuelano e alertou para os «contos do vigário com a ajuda que nos querem oferecer», em alusão à «ajuda humanitária» que os EUA querem fazer entrar à força no território venezuelano, sem que as autoridades venezuelanas o desejem e sem contar com o apoio de organizações como a Cruz Vermelha Internacional e as Nações Unidas.

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