|Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos

Debate quinzenal com o primeiro-ministro no Parlamento

Caixa pública e ao serviço da economia, palavra de Costa

A situação da Caixa Geral de Depósitos e os cenários em volta da sua recapitalização dominaram debate com o primeiro-ministro. PSD a anunciou sozinho nova comissão de inquérito à banca.

PSD e CDS voltam a colocar entraves na recapitalização da CGD
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) continuará a ser integralmente pública e estará ao serviço da economia portuguesa, foi a mensagem que António Costa quis passar. O tema dominou o último debate quinzenal na Assembleia da República antes do encerramento da sessão legislativa e do debate do Estado da Nação a 7 de Julho.

Jerónimo de Sousa abriu o debate e as bancadas que se seguiram fugiram muito pouco ao tema do momento. Em resposta ao secretário-geral comunista, o primeiro-ministro garantiu que a Caixa se manterá «100% pública», com as necessidades de capital preenchidas e direccionada para o apoio à economia portuguesa. Sobre a recapitalização, recusou adiantar valores e confirmou que as negociações em Bruxelas estão bem encaminhadas.

Costa deixou as anteriores equipas de gestão e de tutela da CGD com as orelhas a arder quando, a propósito de eventuais erros de gestão, nomeadamento na concessão de crédito, afirmou: «espero que as autoridades de supervisão e judiciárias tenham feito aquilo que lhes competia». Mas as críticas ao anterior governo foram mais fundo, com Jerónimo de Sousa a lembrar a responsabilidade de PSD e CDS nos últimos quatro anos pelos problemas da Caixa «que já deviam ter sido resolvidos na recapitalização de 2012».

Comissão de Inquérito à CGD: o canto do cisne de um ex-governo

O PSD acabou por fazer prova de vida ao anunciar um inquérito parlamentar à Caixa. Esta é uma iniciativa potestativa do grupo parlamentar do PSD, ou seja, não se submete a apreciação da Assembleia da República. O líder parlamentar Luís Montenegro não concretizou pormenores, mas não escapou à crítica de Catarina Martins que, não se opondo à iniciativa, acusou o PSD de «querer uma comissão de inquérito só sua».

Depois do comprometimento nas movimentações «amarelas» dos colégios privados e da tentativa de legitimar a sua política na rejeição das sanções da Comissão Europeia, o partido liderado por Passos Coelho parece investir na polémica para não abandonar os focos mediáticos.

Os comunistas reafirmaram que se opõe à iniciativa, acusando o PSD de tentar «branquear as responsabilidades que tiveram e achincalhar a Caixa». Miguel Tiago lembrou que PSD e CDS tiveram durante quatro anos todos os meios para fiscalizar a gestão do banco público, já que integravam o governo. Para o deputado comunista, esta tentativa visa enfraquecer a instituição bancária para, mais tarde, justificar a sua privatização. Os comunistas sublinham que a Assembleia da República já dispõe dos meios para «fiscalizar a actuação dos governos sobre o banco público» e que o grupo parlamentar do PCP sempre o fez.

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