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Com que portugueses tem estado o Presidente da República?

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou esta terça-feira, em entrevista à RTP, que esteve ao lado portugueses. Mas os seus afectos não proibiram os despedimentos ou os cortes de salários em lay-off.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão solene comemorativa dos 44 anos da Revolução de Abril na Assembleia da República, em Lisboa. 25 de Abril de 2018
CréditosAntónio Cotrim / Agência LUSA

Para sacudir a pressão sobre a crítica de que tem tido um mandato de conivência com o Governo do PS, o Presidente da República prefere dizer que esteve ao lado dos portugueses. Resta então questionar quais são os portugueses que contaram com o apoio presidencial.

É que Marcelo Rebelo de Sousa não esteve ao lado dos trabalhadores que hoje se vêem obrigados a passar por um período experimental de 180 dias, porque promulgou alterações que agravaram a exploração dos trabalhadores, sem sequer as levar ao Tribunal Constitucional.


E decerto que as trabalhadoras da ex-Triumph nunca esquecem que, quando estiveram dias a fio à porta da empresa para proteger os seus direitos, nunca tiveram resposta ao convite feito ao Presidente para lhes prestar solidariedade.

Ficou a faltar também o apoio às populações através da defesa intransigente da Constituição da República Portuguesa, pela promoção de uma política decidida em diferentes frentes tão importantes como a igualdade, a cultura, a habitação ou outras.

Também nunca se ouviu o Presidente eleito a defender a urgência de aumentos salariais, quando no País se praticam dos mais baixos salários da Europa.

No entanto, aqueles que querem sugar recursos públicos, fazendo da Saúde um negócio, não tiveram qualquer oposição por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, a quem se exigia, pelas suas funções, uma defesa intransigente do Serviço Nacional de Saúde.

E recorde-se que, no complexo momento de crise social, económica e sanitária, o Presidente em funções foi um dos agentes políticos a contribuir para a confusão e fragilização de direitos, liberdades e garantias, debilitando o regime democrático, defendendo medidas que, não combatendo eficazmente a pandemia, permitiram normalizar o estado de emergência.

Aliás, o chefe de Estado tão-pouco exerceu os seus poderes para influenciar o Governo para que, durante a crise sanitária, proibisse os despedimentos, impedisse cortes nos rendimentos e defendesse os direitos dos trabalhadores.

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