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Depois de privatizada, Efacec ganha contratos de 2,3 milhões e 100 milhões de euros

Mais uma prova de que a nacionalização da Efacec só serviu os interesses privados. A empresa privatizada ao capital alemão fechou um contrato de 2,3 milhões com o Metro do Porto e outro de 100 milhões de euros com uma empresa francesa.

CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

No futebol costuma-se dizer que «são 11 contra 11 e no final ganha a Alemanha». Neste caso não há um confronto desportivo, mas sim a submissão dos interesses nacionais ao capital estrangeiro, e, no final, ganhou a empresa alemã que comprou a Efacec ao Estado, a Mutares.

Importa recordar que o Estado detinha 71,73% da empresa e ao longo de 20 meses injectou 200 milhões de euros, sendo que ainda irá injetar mais 160 milhões de euros, segundo o ministro da Economia, António Costa Silva. Com a privatização à Mutares, esta foi apenas «obrigada» a investir 15 milhões de euros e disponibilizar outros 60 milhões de euros em garantias. Um investimento claramente inferior ao do Estado.

Tendo este contexto em conta, sabe-se agora que a empresa tinha toda a viabilidade. Veja-se que no final de Outubro a Efacec fechou um negócio com o Metro do Porto para uma empreitada no valor de quatro milhões de euros, dos quais foram agora contratualizados 2,3 milhões correspondentes à primeira fase do projeto.

Duas semanas antes, a Efacec tinha já fechado um acordo com a Rede de Transporte de Eletricidade (RTE) francesa, empresa do sector dos transformadores de potência, para a modernização e desenvolvimento da rede eléctrica em França, o qual «ultrapassa as dezenas de milhões de euros». 

Se nesse negócio os números não foram divulgados, esta semana a Efacec fechou mais um contrato com a RTE e aí os dados foram tornados públicos. O novo negócio com a empresa gaulesa para o fornecimento de «dispositivos adicionais para três novos sistemas de automação e proteção, a instalar em subestações digitais durante o ano de 2024, bem como para as plataformas de testes laboratoriais e de formação do pessoal técnico e de engenharia da RTE» irá ascender aos 100 milhões de euros. 

Feitas as contas, em poucos dias, após a privatização, a Efacec fechou já um conjunto de negócios que se aproximam do que fora injetado pelo Estado em 20 meses, demonstrando que a empresa tinha toda a viabilidade para se manter lucrativa e na esfera pública. Quem se fica a rir são os alemães que, por quase nada, conseguiram comprar a Efacec e já sabem que conseguem ganhar milhões sem nenhuma dificuldade. 

Este caso é, então, prova cabal que o Governo PS, o mesmo que se diz de esquerda, usou dinheiro público, ou seja, socializou os prejuízos, para entregar de mão beijada uma empresa limpa e em condições de ser lucrativa ao capital alemão. Os interesses portugueses, assim como o socialismo do PS, parecem ter ficado na gaveta, mais uma vez.  

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