Estudo não engloba propinas e material de apoio

Não chegam 600 euros para estudar em Lisboa

Um estudo divulgado esta terça-feira revela que um estudante universitário deslocado nas cidades de Lisboa e Porto precisa, no mínimo, de 600 e 500 euros, respectivamente, para alojamento, transportes e alimentação. 

 Biblioteca da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa
Créditos / ondelisboa.com/

De acordo com notícia divulgada pelo Dinheiro Vivo, o cálculo dos custos mensais dos estudantes em várias cidades nacionais e internacionais foi realizado por uma plataforma de alojamento. A análise não abrange o custo das propinas e de material de apoio, englobando apenas despesas de acomodação, alimentação e transportes. 

Para os três itens, o estudo conclui que «um estudante na Invicta precisará de 498 euros por mês, enquanto outro que o prefira fazer na capital necessitará de 601 euros mensais para "sobreviver" à faculdade».

O alojamento é o que dá maiores dores de cabeça aos estudantes e respectivas famílias. Em Lisboa, um quarto fica acima de 360 euros, no Porto, o mínimo, de acordo com a análise, é de 270 euros. Conforme indicado na notícia, «se o orçamento mensal do aluno estiver na ordem dos 500 euros por mês, o alojamento representará logo à partida 73% do orçamento». Motivo pelo qual muitos estudantes optam pela solução mais acessível: a partilha de casa ou quarto. 

Na alimentação, os autores do estudo focam-se no valor médio de uma refeição «num restaurante de baixo custo e os gastos em supermercados», para aferir que, em Lisboa, um estudante necessita à volta de 210 euros para se alimentar. No Porto, o valor desce ligeiramente para 204 euros. 

A despesa com transportes públicos corresponde à fatia mais pequena do bolo. Em Lisboa, incluindo já o desconto de 25% que é aplicado aos estudantes, o passe que permite circular no centro da cidade tem um custo de 27,15 euros. Na Invicta, o mesmo passe custa 22 euros. 

O estudo revela ainda que Londres (Reino Unido), Paris (França) e Milão (Itália) são as três cidades europeias mais caras para estudar, enquanto Munique (Alemanha), Budapeste (Hungria) e Praga (República Checa) são as mais baratas.

Famílias financiam instituições 

De fora da avaliação ficaram as propinas que, além de representarem um esforço financeiro para as famílias, servem para compensar o subfinanciamento das instituições do Ensino Superior público, ajudando a pagar salários e despesas gerais. 

Para estudantes nacionais, o valor máximo da propina está fixado em 1063 euros para o primeiro ciclo de estudos. As propinas praticadas pelas maiores universidades portuguesas para estudantes internacionais oscilam entre os 3000 e os 7000 euros para o primeiro ciclo.

Os cerca de 300 milhões cobrados anualmente às famílias correspondem a um terço do total que o Estado transfere anualmente para as instituições – 900 milhões no Orçamento do Estado para 2017.

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