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Verdes criticam plano ferroviário a «marcar passo»  

O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) lamenta que o Plano Ferroviário Nacional se encontre «a marcar passo» e diz que avaliação das autoridades espanholas é «pretexto» para adiar medidas urgentes.

CréditosJosé Coelho / Agência Lusa

No debate de urgência desta quarta-feira, na Assembleia da República, «ficou demonstrada, mais uma vez, a urgência da aprovação deste plano essencial para o desenvolvimento e investimento sério na ferrovia», refere o PEV num comunicado, salientando que o plano ferroviário resulta da «persistência dos Verdes e da CDU».

A iniciativa foi proposta pelo PS, que, recordam os ecologistas, «andou a marcar passo desde 2015», data da aprovação do projecto de resolução dos ecologistas. O diploma recomendava ao Governo a apresentação de um documento estratégico para o sistema ferroviário, o qual serviria de base a um Plano Ferroviário Nacional (PFN) com vista à requalificação e reabilitação da rede ferroviária, assente em princípios de sustentabilidade articulando os diversos sistemas de transportes e assente num modelo em rede.

No Parlamento, esta quarta-feira, também António Filipe do PCP, que integra a coligação CDU com os Verdes, alertou para o facto de o PS propor que o Governo «concretize um plano que, sendo seu, nunca chegou a apresentar». 

No debate sobre o PFN, apesar das intervenções dos deputados do PS, PSD e CDS-PP, «de que o investimento na ferrovia deve ser uma prioridade», o que assistimos, critica o PEV, «é ao adiamento destes projectos tão importantes». Neste sentido, denuncia que a invocação da necessidade de uma avaliação por parte das autoridades espanholas é apenas um pretexto para não tomar as medidas que são indispensáveis e urgentes. «Uma desculpa», acrescenta, «para não viabilizar um documento orientador das linhas de caminho-de-ferro até 2050, pois o que está em causa são as ligações em todo o país para dar respostas às necessidades das populações, quer seja em meio urbano, quer seja nas ligações do interior do país, que está cada vez mais isolado».

O deputado comunista António Filipe, por sua vez, salientou na Assembleia da República que, apesar de todos reconhecerem o «atraso clamoroso» da ferrovia em Portugal, «tanto o PSD como o PS fazem por esquecer que a principal causa desse atraso radica no processo de liberalização da ferrovia imposto a partir da União Europeia e concretizado em Portugal nos últimos 20 anos». Mas a «situação de desastre» do transporte ferroviário está para durar, alertou o deputado, uma vez que o Governo de Montenegro «tem programado uma maior liberalização e maior segmentação das empresas ferroviárias, ao que tudo indica para facilitar novas privatizações». 

Os Verdes defendem ainda que, sendo o Plano Ferroviário Nacional essencial para orientar investimentos fundamentais para a sua concretização, «este é o momento para que seja reforçado o material circulante, que está em falta, assim como para a urgente contratação de mais trabalhadores».

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