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Venezuela repudia ingerência de Brasil e Paraguai

Os presidentes do Paraguai e do Brasil afirmaram não reconhecer a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), eleita por mais de 8 milhões de venezuelanos. Jorge Arreaza, ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, afirmou que lhes «falta moral para falar de democracia».

Jorge Arreaza, ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela
Créditos / chile.embajada.gob.ve

Num comunicado conjunto divulgado após a reunião bilateral que mantiveram no Palácio do Planalto, em Brasília, Horacio Cartes, presidente do Paraguai, e Michel Temer, chefe de Estado do Brasil, afirmaram não reconhecer a ANC, legitimamente eleita a 30 de Julho último, no quadro da Constituição Bolivariana, para preservar a paz e aprofundar a soberania do país caribenho, informam AVN e TeleSur.

Ambos os presidentes reafirmaram o seu acordo com a decisão do Mercosul de suspender a Venezuela e apoiaram a «Declaração de Lima», documento hostil à Venezuela bolivariana subscrito no passado dia 8 de Agosto por ministros dos Negócios Estrangeiros e representantes de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru.

Recorrendo ao Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza, expressou o seu inteiro repúdio pelas declarações «de carácter intervencionista» e contra «a soberania nacional» proferidas por Carter e Temer, que caracterizou como «produtos de golpes de Estado, rejeitados pelos seus povos» e a quem «falta moral para falar de democracia».

«Senhores Cartes e Temer: Dois dinossauros da política juntam-se e conspiram contra a democracia venezuelana. Repudiamos a vossa indigna conduta», expressou o diplomata venezuelano.

Santos «protege a corrupção e o crime»

Também via Twitter, Arreaza dirigiu ontem duras críticas ao governo da Colômbia, afirmando que o país vizinho se tornou um «centro de conspiração contra a democracia e a paz da Venezuela», e acusando o seu presidente, Juan Manuel Santos, de «proteger a corrupção e o crime na Venezuela».

As declarações do diplomata seguiram-se à mensagem publicada, na mesma rede social, por Juan Manuel Santos, em que deixava expressa a vontade do seu governo de proteger a ex-procuradora-geral da República, Luisa Ortega Díaz, actualmente foragida à Justiça venezuelana.

Há alguns dias, Ortega Díaz fugiu da Venezuela com o seu marido, Germán Ferrer, contra o qual foi instaurado um processo judicial por alegado envolvimento numa rede de extorsão do Ministério Público venezuelano, no período em que a sua mulher foi procuradora-geral, revela a AVN.

«Que se pode esperar de um governo que abriga no seio da sua oligarquia o chefe do golpe de Estado de 2002 contra o Comandante Chávez?», disse Arreaza, aludindo a Pedro Carmona Estanga e a propósito da «vontade» agora expressa por Santos.

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