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Nações Unidas pedem quase 2,5 mil milhões de euros para ajudar o Iémen

Tendo em conta o prolongamento da guerra de agressão e o agravamento da situação humanitária no Iémen, as Nações Unidas consideram necessário reunir quase 3 mil milhões de dólares para poder chegar aos 13 milhões iemenitas com necessidades extremas.

Um estudante olha para as ruínas da sua escola, bombardeada em Junho de 2015, em Sa'ada, no Iémen
Créditos / UNOCHA

A guerra arrasta-se no mais pobre dos países árabes, onde os bombardeamentos sauditas, a fome galopante e a cólera tiraram a vida a milhares de pessoas, e, neste contexto, Jamie McGoldrick, coordenador humanitário das Nações Unidas para o Iémen, sublinhou a necessidade de reforçar os fundos para poder chegar a todos os civis atingidos.

Num comunicado emitido este domingo, McGoldrick destacou que «três quartos da população – cerca de 22 milhões de pessoas – necessitam de ajuda humanitária», sendo que 13 milhões precisam de ajuda com urgência.

Trata-se do maior pedido de ajuda humanitária feito para o Iémen. Jamie McGoldrick afirma que, não sendo «a solução para os problemas dos iemenitas, é a única salvação para milhões deles».

A iniciativa, designada como Plano de Resposta para o Iémen 2018, «centra-se nas pessoas com necessidades graves ou em risco de cair nelas», como os deslocados internos e aqueles que regressam às suas comunidades, implementando «programas humanitários integrados em zonas onde convergem os riscos de fome, focos infecciosos e deslocamentos forçados», explicou.

De acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, a que McGoldrick pertence, as crianças são particularmente afectadas pela guerra de agressão no Iémen, sendo que «uma geração inteira está a crescer em sofrimento e privação».

«Quase dois milhões de crianças não andam na escola, 1,8 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrem de má-nutrição – incluindo 400 000 que sofrem de má-nutrição aguda grave e têm dez vezes mais probabilidades de morrer caso não recebam tratamento médico», lê-se no comunicado.

Guerra de agressão desde Março de 2015

O Iémen é alvo de uma campanha militar, liderada pelos sauditas, desde Março de 2015, com o objectivo, declarado, de esmagar a resistência do movimento Ansarullah e recolocar no poder Abd Rabbuh Mansur Hadi, um aliado próximo de Riade.

A ofensiva – que conta com o apoio declarado dos EUA e do Reino Unido – já provocou mais de 13 mil mortos e destruiu grande parte das infra-estruturas do país, incluindo escolas, hospitais, rede de saneamento, fábricas e estradas.

Em meados de Agosto, representantes das Nações Unidas caracterizaram a situação no Iémen como uma «tripla tragédia», referindo-se à fome, ao arrastar da guerra e à epidemia de cólera – que já infectou mais de um milhão pessoas e matou mais de 2150, desde Abril do ano passado.

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