«Nós trabalhamos... Temos direito a viver com dignidade!». Foi em torno desta questão que decorreu o plenários dos trabalhadores de cinco lojas do Dia/Minipreço em Lisboa, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), em pleno Dia Nacional de Indignação, Protesto e Luta, convocado pela CGTP.
Embora cumpram diligentemente as suas funções, muitos destes trabalhadores têm dificuldades em fazer face às despesas, particularmente num momento em que o aumentos dos preços ultrapassou largamente a capacidade salarial: «já nem a meio do mês chegamos com dinheiro».
«Pagamos as contas, a casa, a alimentação, a água, a luz... tudo aumentou e, neste momento, os trabalhadores já não têm salário para fazer face às necessidades essenciais». A conclusão é evidente para todos os trabalhadores: se tudo pode continuar a aumentar, os salários não podem ficar para trás.
Os trabalhados do Minipreços (e restantes supermercados) têm uma «dupla qualidade». Ao mesmo tempo que são clientes da grande distribuição, «vamos às compras e deixamos lá uma grande parte do nosso salário», melhor do que ninguém, são eles mesmos quem sabe, pela sua experiência, «quanto dinheiro é que a empresa ganhou à conta da especulação ao final do dia, agravando a situação de segurança alimentar de quem trabalha».
Dirigindo-se aos trabalhadores do Minipreço, em declarações recolhidas pelo AbrilAbril, Filipa Costa, presidente do CESP, anunciou que o sindicato já avançou com o pedido de uma nova reunião negocial com a administração do Dia/Minipreço, agendada para o dia 16 de Fevereiro.
Há muita matéria ainda por discutir: a necessidade de aumentos salariais e a falta de trabalhadores que existe nas lojas, com todas as consequências que isso provoca nos horários e na organização dos tempos de trabalho. «O que é preciso garantir é que se mantém esta união entre os trabalhadores», refere a presidente do CESP.
A seguir à reunião de dia 16, o CESP já se comprometeu a fazer chegar as propostas (ou ausência delas) da administração do Dia/Minipreço a todos os trabalhadores, «sobre o que está em cima da mesa», para que se decida o caminho a traçar: «uma coisa é certa, a luta vai ter de se intensificar. Os patrões não dão por bondade, só cedem (obrigados) pela luta e a organização dos trabalhadores».
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