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Os quatro dias de paralisação terminaram esta sexta-feira

Fenprof: adesão global à greve rondou os 75%

A Fenprof registou uma adesão entre os 70% e os 75%, nos quatro dias de greve dos professores, e deixou um alerta ao Governo: se não negociar, os docentes vão fazer-se «ouvir na rua».

Os professores não aceitam ficar reféns do descongelamento das carreiras de outros funcionários da Administração Pública
CréditosTiago Petinga / Agência LUSA

A greve de professores, que sob a forma de paralisações regionais percorreu todo o País, terminou ontem com a paralisação das escolas do Norte e da Região Autónoma dos Açores. Na base do protesto estão três aspectos centrais: o tempo de serviço, a aposentação e os horários de trabalho. 

Na comunicação do balanço da paralisação, no quarto e último dia, no Porto, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN) afirmou que a adesão foi boa e que centenas de escolas fecharam, por todo o País, sendo agora tempo de insistir no diálogo e no esforço de negociação. Se assim não acontecer, a Fenprof avisa que os docentes se vão fazer «ouvir na rua».

As próximas semanas serão de «conversação, diálogo e negociação» e, caso a resposta do Governo seja «mais  do mesmo», os professores irão partir para outras formas de luta, nomeadamente para uma «grande manifestação de rua», revelou.

O prazo dado pelas estruturas sindicais que convocaram a paralisação termina a 9 de Abril, que é o primeiro dia do terceiro período lectivo. «Sem respostas ou com as mesmas respostas, nesse dia iremos conversar e anunciar o que vamos fazer a seguir, sendo certo que, se o Governo não tiver disponibilidade para ouvir os professores através dos representantes nas mesas de negociações, vai ouvi-los na rua, [...] provavelmente numa grande manifestação de pessoas», vincou Mário Nogueira.

Antes disso, o dirigente da Fenprof referiu que, nas próximas três semanas, período de paragem escolar devido à Páscoa, as organizações sindicais vão reunir-se individualmente com os diferentes grupos parlamentes e com o ministro da Educação e, em conjunto, com o primeiro-ministro e o Presidente da República.

«O que vai acontecer é uma janela de oportunidades que todos vamos dar uns aos outros, esperamos que até 9 de Abril seja possível conversar, negociar e encontrar caminhos para resolver os problemas actuais», frisou Mário Nogueira.

O primeiro-ministro, António Costa, disse na Assembleia da República, na quinta-feira, que a actual proposta de só recuperar parte do tempo de serviço era a «proposta neste momento». Como tal, Mário Nogueira espera que o momento seguinte seja o do «reconhecimento integral».

O secretário-geral da Fenprof reforçou que os professores não querem que as soluções sejam «já para amanhã e todas de uma vez», porque há um peso orçamental que tem de ser ponderado. «Se for esse o problema podemos negociar o prazo, ritmo, forma», disse, ressalvando que há uma coisa que não se negoceia mas conta-se, que é o tempo de serviço».

A posição dos professores é clara e a sua insatisfação é «muito grande», recordou, sublinhando que esta situação pode criar muita instabilidade nas escolas. A principal motivação reside na falta de consenso sobre a contagem de todo o tempo de serviço, no processo de descongelamento das carreiras da Função Pública.

A tutela admite descongelar dois anos e dez meses de tempo de serviço aos docentes, mas estes não desistem de ver contabilizados os nove anos e quatro meses, embora admitam um processo faseado.

A greve foi convocada pelas dez estruturas sindicais de professores que assinaram a declaração de compromisso com o Governo, em Novembro. 


Com Agência Lusa

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