Utentes alertam para a «descaracterização» do hospital

Hospital Pulido Valente encerra serviços

A Plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde realizou uma acção esta manhã no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, contra a entrega de cuidados continuados e paliativos ao sector privado.

A conferência de imprensa decorreu à porta do HPV
Créditos / USL

A Plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde esteve hoje no Hospital Pulido Valente (HPV), onde realizou uma conferência de imprensa, antecedida da distribuição de folhetos informativos aos utentes e trabalhadores do hospital.

Em causa está o sucessivo encerramento de serviços. Urologia, cirurgia vascular, gastroenterologia e a unidade de cuidados intensivos da pneumologia são alguns exemplos de serviços encerrados desde 2013. A estes junta-se agora o serviço de medicina que, apesar das recentes obras de melhoramento, deve ser transferido para o vizinho Hospital de Santa Maria. 

A plataforma fala numa «descaracterização» dos serviços e pergunta «HPV, até quando?»

O contínuo encerramento de serviços torna o HPV um «hospital de retaguarda e desperdiça a capacidade instalada», defende um membro da plataforma.

A denúncia recai sobre as previsões do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) para este hospital. Em reuniões havidas entre o Conselho de Administração, o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, soube-se que o futuro do HPV está alinhado na estratégia desenvolvida nos últimos anos de desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Prevê-se que o hospital integre a Unidade de Saúde Familiar (USF) do Lumiar e que sejam criadas 160 camas de medicina interna, geridas pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), para atender à sobrelotação de outros hospitais de Lisboa em casos de surtos de gripe ou outras pandemias.

A plataforma denuncia ainda a entrega de 75 camas de cuidados paliativos e continuados à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa como um «acto inadmissível» e revelador da «desresponsabilização do Estado pela prestação destes cuidados».

Fonte da plataforma afirma que a necessidade de aumentar e ampliar a rede de cuidados paliativos existe, mas deve ser uma rede «pública e criada especificamente para o efeito, sem alterar as valências dos hospitais».

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