Dos sapatos aos livros, passando por Amadeo, pelo jazz, por muito mais

Sugestões culturais de norte a sul do País. Música, teatro, exposições, cinema, livros, museus para aproveitar durante os dias de Novembro – esse mês que nunca nos deixa indiferentes (bem pelo contrário).

«Amadeo Souza Cardoso Porto-Lisboa 2016-1916», no Museu Nacional Soares dos Reis
Créditos / Visão

S. João da Madeira, Famalicão: sapatos, chapéus, Festa de Outono. Sim, cultura

Hoje, observo uma vez mais o planisfério e a indecisão é grande. Onde estará o centro? Em Xangai, Edimburgo, Chicago? Em Mossul, Ramallah, Caracas? No Cabo não está certamente, nem em Madrid, nem no Porto. Ah, sim, hoje, agora mesmo, o centro do mundo está em S. João da Madeira.

Aí, caro leitor (poderei chamar-lhe caro viajante?), evocará talvez a criatividade e o trabalho de gerações de operários e operárias, desenhadores, outros trabalhadores que fizeram da indústria do calçado o que ela foi e é. E lembrará, certamente, a combatividade das lutas por direitos sociais que aí tiveram lugar, ao longo do século XX. A nova estrutura de que lhe falo, o Museu do Calçado, está instalada na Torre da Oliva (a antiga fábrica de máquinas de costura é um dos mais emblemáticos edifícios da localidade). Aí funciona, desde 2012, o Welcome Center do Turismo Industrial (porquê mais uma desnecessária inglesada?).

Inaugurado a 5 de Novembro, o museu resulta de um investimento de um milhão de euros, integrando uma colecção superior a 8.600 peças de origem nacional e estrangeira. Estarão expostos ao público nove máquinas, 42 obras de arte, 77 ferramentas e mais de 500 sapatos. O fundo abrange peças muito antigas e estende-se até ao século XXI. A componente industrial do museu foca-se no século XX. S. João da Madeira, recordo-lhe, é uma das localidades onde a indústria do calçado se concentrou de modo significativo constituindo um dos eixos económicos e sociais da identidade local. E não se esqueça: visite outro interessante equipamento da cidade: o Museu da Chapelaria.

Claro que, no mesmo dia 5 de Novembro, estivesse eu mais a norte, daria um salto à feira de Produtos da Terra – Festa de Outono, em Famalicão (castanhas novas, cenouras, pencas, outros legumes, e não só, está a ver?), ou, para ser mais preciso, no belo Mosteiro de Arnoso, Santa Eulália.

Sapatos, chapéus, legumes… Cheira-me, caro leitor, que hoje este roteiro já lhe está a parecer pouco moderno e cosmopolita.

Pois bem, se for desses, venho lembrar-lhe que tem ali perto, no centro de Famalicão, o Museu do Surrealismo, com um fundo onde encontra pintura, escultura, objectos, desenho e fotografia de nomes como o do irmão de José Régio, Júlio (poeta também, com o pseudónimo Saul Dias), Carlos Calvet, Carlos Eurico da Costa, Manuel D’Assumpção, Mário-Henrique Leiria, Pedro Oom, Henrique Risques Pereira Mário Botas e outros.

Destacam-se as colecções de Cruzeiro Seixas, Mário Cesariny e Eurico Gonçalves. E a poucos quilómetros, creio que sabe, encontra uma das mais famosas habitações portuguesas de escritores, assombrada, é certo, pela tragédia: a Casa-Museu Camilo Castelo Branco, em S. Miguel de Seide (gerida pela Câmara de Famalicão, entrada livre, convém dizer).

Sim, durante muitos anos, e mesmo no momento em que decidiu pôr termo à vida com um tiro, foi esse espaço o centro do mundo para o inesquecível e torturado autor de «A Queda de um Anjo», «A Brasileira de Prazins» e «Novelas do Minho» (livros magníficos a ler e a reler).

É verdade: Amadeo regressa ao Porto

Bom, visto que, em Famalicão, não anda longe do Porto, não pode, claro está, faltar à chamada do Museu Nacional Soares dos Reis, que tem em grande destaque a recém-inaugurada exposição «Amadeo Souza Cardoso Porto-Lisboa 2016-1916», recriação da primeira exposição individual de Amadeo em Portugal, faz cem anos agora, na Invicta. Até 31 de Dezembro, manter-se-á no Porto esta sensacional mostra da figura maior do Modernismo português na pintura.

Genial artista de craveira internacional, com uma obra que não quis ficar alheia ao cubismo, ao abstraccionismo e a outros -ismos da época, mas que ao mesmo tempo se revelou extremamente desafiadora e original, Amadeo não pode doravante faltar em nenhuma panorâmica séria, antológica, do que foram as vanguardas artísticas das primeiras décadas do século XX na Europa (tendo aliás em atenção a sua redescoberta e crescente valorização crítica nos meios académicos da França, da Itália, dos EUA…).

Paralelamente, decorre o Congresso Internacional Amadeo de Souza Cardoso (4 e 5 de Novembro, respectivamente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e no próprio Museu Nacional Soares dos Reis – instituição pública à qual o país fica a dever esta marcante iniciativa).

Lousada, Guimarães e Aveiro: Mão Morta, jazz e músicas de África, do Brasil, da Espanha…

Antes de o arrastar para sul, e já que vamos falar de música, permita que lhe dê um conselho: dê uma vista de olhos à Agenda Cultural de Lousada, a do mês que agora começa. A oferta é variada. Entre outros motivos de interesse, irá descobrir que Adolfo Luxúria Canibal e os Mão Morta dão um concerto, a 19 de Novembro, pelas 21h30, no Auditório Municipal de Lousada. Estes, pelo menos, são irreverentes (não tão inofensivos e festivaleiros como a maioria dos rockeiros nacionais). Um rock com história, vindo da cidade dos arcebispos – a cujos sectores mais reaccionários esta expressão agreste por vezes tem incomodado. Um rock que talvez o faça gozar e pensar – vá por mim.

Bem concebida, privilegiando em alguns casos o já reconhecido talento de músicos ainda jovens, é a notável programação da 25.ª edição do Guimarães Jazz, que decorre de 5 a 19 de Novembro, no Centro Cultural Vila Flor.

Da programação, que inclui diversos músicos portugueses e actividades paralelas, destaquem-se no entanto algumas figuras da cena internacional, como o saxofonista de ascendência indiana Rudresh Mahanthappa, o trompetista norte-americano Ambrose Akinmusire, o saxofonista Donny McCaslin (líder da banda que gravou «Blackstar», o último álbum editado em vida por David Bowie), o quarteto do baterista Matt Wilson e o septeto da flautista Jamie Baum.

Poderá ainda escutar o San Francisco Jazz Collective (David Sánchez, Miguel Zénon, Robin Eubanks e Matt Penman, entre outros) que interpretará música de Miles Davis e temas originais. Mas pela minha parte, se lá pudesse ir uma única vez, seria certamente para ouvir a emblemática Liberation Music Orchestra (LMO) (fundada pelo já falecido contrabaixista Charlie Haden – sim, o que em Cascais, em 1971, dedicou um tema do quarteto de Ornette Coleman aos movimentos de libertação das colónias portuguesas e foi a seguir detido pela PIDE).

A LMO, onde tocou também o vigoroso e saudoso sax tenor Gato Barbieri (sim, o de «O Último Tango em Paris»), é agora liderada pela pianista Carla Bley, outra notabilíssima personalidade musical. Este, como se lê no texto da programação, «é o grande projecto "histórico" do jazz presente nesta edição do Guimarães Jazz». Não o perca.

E, já agora, se não lhe falta vontade de ouvir mais música de raízes africanas e outros sons, marque presença no VII Festival de Músicas do Mundo de Aveiro, entre 23 e 26 de Novembro. Programação e produção da Sons em Trânsito, em parceria com o Teatro Aveirense e a Câmara Municipal de Aveiro.

Durante quatro noites, apresentar-se-ão músicos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Mali e da Espanha. No primeiro dia, o Teatro Aveirense abre as portas a Mayra Andrade (Cabo Verde) e a Toumani & Sidiki Diabaté (Mali). Toumani Diabaté é tocador da Kora – um dos instrumentos mais populares da África ocidental – e colaborou já com Ali Farka Touré, Taj Mahal, Herbie Hancock, Damon Albarn ou Bjork. Vicente Amigo (Espanha) e Céu (Brasil) apresentar-se-ão no segundo dia. A grande Elza Soares (Brasil) e a jovem Aline Frazão (Angola) marcam a terceira noite.

Elza Soares, a veterana de 78 anos – diz a informação sobre o programa e bem –, «traz uma vida cheia e, em grande medida, espelhada no álbum mais recente – "A Mulher do Fim do Mundo" – onde, entre o ritmo do samba e a atitude sem rodeios do rock, canta temas como o racismo, violência doméstica, transsexualidade e drogas.» No último dia, actuam Ed Motta (Brasil) e Amadou & Mariam (Mali). Um programa bem pensado que certamente atrairá muita e boa gente à arejada cidade da ria e dos canais.

Gil Vicente e mais teatro em Coimbra, cinema e grande música em Lisboa e Estoril

Já a caminho da região de Lisboa, detenho-me, antes, em Coimbra, para falar de teatro. Mas, de passagem apenas, direi: estou quase certo que o meu leitor não faltará a algumas das sessões do Lisbon & Estoril Film Festival’16, entre 4 a 13 de Novembro. Fitas de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub, Godard, Mel Gibson, Kusturica, Daniel Rosenfeld, Jerzy Skolimowski, Benigni, Teresa Villaverde e muito mais para ver. E quase nem me apetece lembrar-lhe que Monica Bellucci, a divina, estará presente no festival para apresentar «Malèna», de Tornatore, e para uma conversa com o público. E quase não me apetece lembrar-lho, porque eu não poderei estar lá! É já no sábado, 5 de Novembro, às 14h, no Cinema Medeia Monumental, Sala 4. Que raiva!

Mas digo-lhe mais: pode ainda, nesta 10.ª edição do LEFFEST, encontrar alguns dos artistas que têm tocado na Temporada de Música da Gulbenkian, como Martha Argerich (sim, essa mesma virtuosíssima senhora do piano em que está a pensar), Piotr Anderzewski e Itamar Golan. Veja-os e escute-os em diversos recitais e apresentações de filmes cujo tema principal é a música.

Aponte ainda: a 10, 11 e 13 de Novembro, no São Carlos, assistir-se-á a «Oedipus Rex», de Igor Stravinsky (1882-1971), com libreto de Jean Cocteau/Abade Jean Daniélou, a ópera-oratória composta para os vinte anos de actividade de Diaghilev. No São Carlos, contará com a direcção musical de Leo Hussain, com Nikolai Schukoff no papel de Édipo e Cátia Moreso no de Jocasta (para mais pormenores consulte a página do Teatro Nacional de São Carlos).

Não lhe posso aqui dar conta do magnífico trabalho para diferentes públicos (incluindo o infantil) desenvolvido no Teatro da Cerca de S. Bernardo em Coimbra. Mas pelo menos visite o blogue.

O meu destaque não poderia deixar de ir para a estreia, a 10 de Novembro, de «Embarcação do Inferno», de Gil Vicente, espectáculo criado em co-produção com o Cendrev, com encenação dos directores artísticos das duas companhias.

Cito parte do texto da newsletter dessa companhia notável que é a Escola da Noite: «No ano em que se comemoram os 500 anos da primeira apresentação do "Auto de Moralidade da Embarcação do Inferno", também conhecido como "Auto da Barca do Inferno", decidimos montar o mais conhecido texto vicentino, assumindo a vontade de celebrar com o público este momento fundador do Teatro português.

O espectáculo é um convite para que volte a olhar para a peça e a confrontar-se com tudo o que ela continua a ter para nos oferecer, cinco séculos depois. No programa do espectáculo, o professor José Augusto Cardoso Bernardes, consultor científico do projecto, afirma: "pela mão qualificada, segura e inventiva da Escola da Noite e do Centro Dramático de Évora, ficamos em condições de problematizar temas de sempre: Morte e Vida, Mal e Bem, Ter e Poder. E, para tal, nem sequer precisamos de sair completamente do século XXI. Com os pés assentes no nosso tempo, bastará alongar o ouvido e apurar a visão para escutar a sensibilidade e a moral de um outro tempo que, afinal, não está ainda tão afastado de nós como pode parecer".

Como é marca habitual das duas companhias, o espectáculo apresenta o texto na íntegra e na versão original, com uma abordagem cénica contemporânea. Da equipa artística do espectáculo fazem parte João Mendes Ribeiro e Luísa Bebiano (cenografia), Ana Rosa Assunção (figurinos), António Rebocho (luz) e Luís Pedro Madeira (música). O elenco é composto por actrizes e actores dos dois grupos: Ana Meira, Jorge Baião, José Russo, Rosário Gonzaga e Rui Nuno (Cendrev) e de Igor Lebreaud, Maria João Robalo e Miguel Magalhães (A Escola da Noite).» A encenação é de António Augusto Barros e José Russo.

Vá pois ao Teatro da Cerca de S. Bernardo, se puder (10 de Novembro a 4 de Dezembro). Não perca esta oportunidade de regressar, em Coimbra, à actualidade de Gil Vicente, levado por boas mãos. 

Ah, e os livros: Augusto Baptista, Bashô, mais poesia japonesa e ainda e sempre Adília…

Nos passados dias 27 e 28 de Outubro, teve lugar, na Escola Superior de Educação do Porto, um participado encontro científico sobre «Géneros Poéticos Breves e Educação Linguística e Literária». Nele intervieram, entre outros, Albano Martins, Vergílio Alberto Vieira, João Manuel Ribeiro, Bernardette Capelo e Augusto Baptista – todos eles cultores da brevidade (nuns casos o haiku, o tanka, o aforismo poético, noutros casos o micro-conto, o conto breve, etc.). Na altura, foi lançada a plaquette Debaixo do Elmo: pequenos formatos (IEL-C | InED, 2016), que, com desenho de Sérgio Veludo, reúne textos de todos estes e outros escritores, e que é também um tributo a Bashô, o mestre japonês do haiku, no século XVII.

Indivíduo humano «espantado de existir» (como queria o poeta José Gomes Ferreira), Augusto Baptista, um dos que contribuíram para essa plaquette, é artista a merecer atenção urgente, pela qualidade do seu trabalho (chega a conceber e a produzir o livro, desde a escrita à encadernação). Fotógrafo, cartoonista, desenhador, autor de livros de Tangram, é igualmente estimulante autor de narrativas breves e de «enigmas», marcados ora por um humor corrosivo (e negro, às vezes), ora por uma poeticidade desarmante, não raro pelo nonsense e pelo insólito.

A leitura destes textos por vezes minúsculos deixa-nos quase sempre à beira da gargalhada, da lágrima ou da surpresa. Leiam-se-lhe os «enigmas» no blogue (eu vou lá todos os dias ver se há um novo) e fique-se a saber que acaba de sair a 2.ª edição aumentada do ENIgMATÓgRAFO (Gatopardo Edições, 2016). Quatro exemplos só: «A água benta é potável?»; «Quem está mais vivo do que morto, sobremorre?»; «Que nome têm os saltimbancos, quando saltam cadeiras?». Curiosíssimos desenhos de pequeníssimo formato acompanham estes e muitos outros «enigmas» irresistíveis. Se quiser encomendar um exemplar deste precioso livrinho, aconselho um contacto com a Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (R. de Rodrigues Sampaio 140, 4000 Porto, telef. 22 208 0565) a cuja direcção o autor pertence.

E, já que falo de formas breves e de quem as cultiva, assinale-se então a saída recente de «O Eremita Viajante» (Assírio & Alvim, 2016), os haikus completos de Matsuo Bashô (1644-1694). O tradutor (ou melhor, o responsável pelas cuidadas versões) é Joaquim M. Palma, poeta a morar em Évora com obra publicada em editoras de pequena dimensão. Em 2001, recebeu o Prémio Literário Florbela Espanca/Poesia com o livro Oferenda Poética, editado pela Campo das Letras. O seu trabalho de apresentação, redacção de notas e versão para português é merecedor de grande apreço; a edição é sóbria e belíssima e fazia falta.

Também o poeta Zetho Cunha Gonçalves, em devotado trabalho de recuperação e organização de textos e divulgação, organizou «A Pedra-que-mata»: poesia japonesa (Língua Morta, 2016). São versões do poeta e tradutor Luís Pignatelli (1935-1993), maioritariamente constituídas por haikus e tankas. Autor, ele próprio, de haikus, de poemas visuais e de outras escritas poéticas de reconhecida qualidade, que Zetho Cunha Gonçalves já havia reunido num volume da &etc editado há uns anos, Pignatelli, além de ter sido notável tradutor de poesia, assinou poemas que muitos guardam na memória, uma vez que viriam a ser musicados e interpretados por José Afonso e por Vitorino. Uma poesia, pois, a (re)descobrir, incluindo estas versões muito belas de poemas breves japoneses.

De brevidade se pode igualmente falar a propósito de alguma da «lírica-anti-lírica», sempre culta e atentíssima ao mundo, por vezes prosaica e ainda bem, de Adília Lopes – que acaba de publicar novo livro (na esteira de «Manhã» e de «Capilé») ao qual a poética da escrita diarística e do memorialismo não é por vezes estranha: «Bandolim» (Assírio & Alvim, 2016). Estranha, isso sim, é esta escrita (até por provocar quase sempre o recomendável efeito de estranhamento). E por isso a procuramos (como ela nos procura) e gostamos de a ler. (Não poucas vezes, rimo-nos. Às vezes, aviso já, o riso é amargo.)

A mesma editora do livro de Adília acaba de lançar também uma estimável antologia, «Habitarei o Meu Nome» (2016), de Saint-John Perse (1887-1975), poeta que, em 1960, recebeu o Nobel da Literatura.

Por último, não resisto a sugerir «Cântico dos Cânticos/Manual de Civilidade para Meninas» (Guerra e Paz, 2016). Publicados num único volume, o primeiro, já se sabe, é atribuído a Salomão e a versão portuguesa é de Eugénia de Vasconcellos; quanto ao segundo texto, é do poeta belga Pierre-Félix Louÿs (1870-1925) e a tradução é assinada por Manuel S. Fonseca.

Tema comum: o amor. «Blasfemo» (lê-se na contracapa), libertino, no caso de Louÿs? Que provoca o riso e mais do que isso, não restam dúvidas. Fonseca introduz a edição e apresenta o escritor belga. Sobre o bíblico «Cântico dos Cânticos», já muito foi dito. É certamente um dos textos (sobre o amor) que mais alta temperatura poética alcançaram na história da poesia universal. As versões – incluindo em português – abundam. Esta também vale a pena ser lida. Edição cuidada, acrescente-se, e graficamente atractiva.

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