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Em marcha por melhores transportes públicos

A situação de degradação dos transportes públicos esteve na ordem do dia. Foi tema nas intervenções de deputados no debate quinzenal na Assembleia da República e também nas ruas, através de uma marcha promovida pelo PCP, em Lisboa, onde os utentes reclamaram medidas urgentes por parte do Governo.

Marcha em «Defesa de Transportes Públicos de Qualidade», 6 de Dezembro de 2017
CréditosJosé Sena Goulão / Agência LUSA

A marcha, realizada hoje ao final da tarde, da saída da estação de metro Baixa-Chiado até à Estação da CP no Rossio, deixou à vista o descontentamento dos utentes perante a situação dos transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa.

Tem vindo a público recorrentemente a situação dos transportes, denunciada por trabalhadores e utentes, que se tem agravado nos últimos tempos. Um dos exemplos é o do Metro de Lisboa, com a necessidade urgente de mais trabalhadores para a manutenção e o arrastamento na já anunciada contratação de maquinistas, com consequências como a paralisação de mais de 30 comboios e estações de metro onde se acumulam milhares de passageiros e se verificam consideráveis atrasos.

Também tem feito notícia a situação da Transtejo e da Soflusa, onde têm decorrido contínuos cortes e supressões nas carreiras, afectando os utentes que residem ou que têm que se deslocar aos concelhos de Almada, Seixal, Barreiro e Montijo. A Carris, recentemente municipalizada, continua com problemas na frota, na contratação de trabalhadores e na qualidade do serviço prestado.

Numa intervenção no final da iniciativa, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, apontou as causas, fruto das políticas praticadas nos últimos anos: «cortes nos orçamentos das empresas, agravamento da exploração dos trabalhadores e redução de quadros operacionais, desinvestimento em frotas e equipamentos, abandono dos serviços de manutenção, privatizações e concessão de serviços a grupos económicos, encerramento de linhas e carreiras, aumento dos preços e tarifas, contribuíram para uma realidade em que os problemas da mobilidade são dos mais sentidos por parte das populações», afirmou.

Afirmando que é «uma evidência que a principal responsabilidade é do anterior governo PSD/CDS», Jerónimo de Sousa aponta que «o actual Governo PS não dá prioridade à resolução deste problema e tarda em “acordar” para a sua preocupante dimensão».

O secretário-geral do PCP aproveitou a ocasião para referir a urgência da garantia dos meios humanos e técnicos em falta, do investimento na manutenção e aquisição de material circulante e na realização de planos, onde necessário, de reparação do material circulante e modernização da frota, assim como a ideia de alargamento da mobilidade com menores custos para os utentes.

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