A Film D (Filmdrehtsich), empresa que comprou os antigos estúdios da Tobis, anunciou ontem aos seus 22 trabalhadores o seu encerramento e o consequente despedimento colectivo, informou Tiago Silva, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav).
«Os accionistas [...] têm de cumprir com as suas obrigações», avisou o sindicalista, que no passado já pertenceu à comissão de trabalhadores da empresa.
A produtora de cinema Tobis foi criada em 1932 e dos seus estúdios saíram sucessos que perduram até hoje como A canção de Lisboa, O Costa do Castelo, O Leão da Estrela ou As Pupilas do Sr. Reitor.
Num comunicado, a Film D refere que «a decisão fica a dever-se às condições actuais de mercado, a uma degradação da sustentabilidade financeira da empresa e à alteração de circunstâncias directamente relacionadas com a sua actividade».
A Film D trabalha na área do audiovisual e na migração de arquivos para meio digital, tendo integrado as valências de restauro e de pós-produção digital da Tobis e 19 trabalhadores que transitaram da mais antiga produtora de cinema portuguesa, cujo capital era anteriormente detido em 96,4% pelo Estado. O seu património fílmico está classificado como tesouro nacional e foi transferido para a Cinemateca Portuguesa.
Esta empresa é detida pela Berkeley Gestão e Serviços, empresa com sede em Angola e pertencente à Elokuva, uma sociedade angolana de gestão empresarial, administração e gestão de bens móveis ou imóveis e consultoria na área do comércio internacional. A Film D foi criada especificamente para o negócio da Tobis tendo o resto da produtora sido dissolvido.
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