Cumpridos os 40 dias de luto pela morte do anterior líder, Mohamed Abdelaziz, Brahim Ghali foi eleito o novo secretário-geral da Frente Polisário e presidente da República Árabe Saarauí Democrática (RASD), tendo obtido 93% dos votos dos cerca de 2500 delegados ao XV Congresso da Frente Polisário.
Este congresso extraordinário, convocado após o falecimento de Mohamed Abdelaziz, a 31 de Maio último, contou com a participação de diversas delegações estrangeiras, provenientes de África, da América Latina, da Ásia e da Europa, bem como de representantes de várias organizações e associações, e de governos que reconhecem a RASD.
Intenso percurso em defesa do povo saarauí
Brahim Ghali (1949) destacou-se como resistente contra a ocupação espanhola desde 1969, quando se juntou a vários jovens saarauís para formar o Movimento Nacional de Libertação Saarauí. Em 1970, participou na conhecida Intifada de Zemla, que foi duramente reprimida pelo Exército ocupante espanhol. Detido, esteve preso um ano (sendo acusado de actividade política subversiva).
Meses depois da sua libertação, foi novamente preso, em 1972, mas isso não o impediu de participar nas reuniões que estiveram na base da fundação, em 1973, da Frente Polisário, de que foi o primeiro secretário-geral.
Em 1974, Ghali passou a comandar o Exército de Libertação do Povo Saarauí. Entre 1976 e 1989, foi ministro da Defesa da RASD, e em 1989 passou a ser comandante-em-chefe da segunda região militar. Desempenhou ainda as funções de delegado da Frente Polisário em Espanha e, mais recentemente, foi embaixador na Argélia.
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