A Embaixada da República Popular da China em Portugal anunciou a 23 de Março que o governo chinês vai doar materiais de apoio e facilitar a Portugal a aquisição de equipamentos para enfrentar a pandemia de COVID-19.
Em nota enviada à Lusa, o embaixador da China em Portugal, Cai Run, confirmou ter promovido e coordenado esforços para que cidades como Pequim, Xangai, Shenzhen, Zhuhai e Shenyang (entre outras) tenham «doado prontamente» às cidades geminadas portuguesas respectivas, «materiais de protecção, como máscaras médicas, fatos, etc.».
O embaixador chinês indicou também que o grupo China Three Gorges, o maior accionista da EDP, se juntou à companhia eléctrica portuguesa para a aquisição de materiais e equipamentos médicos – «ventiladores, monitores, máscaras médicas, fatos e óculos de protecção» –, com vista à sua doação a Portugal, assegurando que os meios «vão chegar em breve» ao país.
Outros membros da comunidade chinesa em Portugal juntam-se às acções solidárias do governo chinês. Segundo o embaixador Cai Run, a comunidade chinesa adquiriu ventiladores que «estão prestes a chegar a Portugal e serão doados à parte portuguesa», tendo um cidadão chinês residente já doado à Direcção-Geral da Saúde (DGS), «num primeiro momento, fatos de protecção».
Na nota enviada à Lusa o embaixador agradeceu às autoridades portuguesas a solidariedade demonstrada durante a crise provocada pelo coronavírus na China e usou o ditado popular «no aperto do perigo, conhece-se o amigo», para espelhar a cordialidade das relações entre os dois países.
Relativamente à cooperação com Portugal no combate à pandemia do novo coronavírus, referiu que a Embaixada da China em Lisboa «tem mantido comunicação e coordenação estreitas com o governo português e as suas autoridades competentes», nomeadamente «o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Saúde e a DGS», em paralelo articulando-se «com as autoridades competentes chinesas, assim como autoridades locais e empresas».
A pandemia causada pelo novo coronavírus, designado como SARS-CoV-2, infectou à data cerca de 387 mil pessoas em mais de 180 países e causou mais de 17 mil mortes.
No território continental da China (sem Taiwan, Hong Kong e Macau) verificaram-se mais de 81 mil casos e registaram-se cerca de 3300 mortes, mas a epidemia teve uma resposta rápida por parte das autoridades chinesas, com a colaboração dos cidadãos, tendo a mesma sido controlada.
O país está a regressar à normalidade, com 70% das empresas em funcionamento. Nas províncias de Liaoning, Sichuan, Jiangxi, Zhejiang e nas municipalidades de Pequim e Xangai os espaços de entretenimento, museus, restaurantes e centros comerciais já reabriram. Para além disso, 15 províncias anunciaram a reabertura das escolas de ensino secundário já este mês.
A atitude das autoridades chinesas tem sido largamente elogiada pela Organização Mundial da Saúde, que tem incentivado outros países a seguirem o exemplo da China.
O foco da pandemia encontra-se neste momento nos EUA e em países-membros da União Europeia (UE), tanto em número de casos infecciosos como em mortalidade, atingindo com particular dureza Itália, Espanha, Alemanha e França, países que, no conjunto, contam cerca de 160 mil casos infecciosos e 10 mil mortes.
Em Portugal, há 23 mortes e 2060 infecções confirmadas, segundo o balanço feito ontem pela DGS. Dos infectados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.
Com Lusa
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