|Caso Skripal

«Não temos provas», diz director de laboratório britânico

Depois do Supremo Tribunal britânico, o director do próprio laboratório que testou a substância que envenenou Sergei Skripal e a filha admitiu que não tem provas de que seja de produção russa.

Gary Aitkenhead é o director-executivo do laboratório de Porton Down, onde foi feita parte da investigação do agente nervoso VX, aparentado dos alegados «Novichok»
CréditosAndy Rain / EPA

«Não determinámos a sua origem precisa», afirmou Gary Aitkenhead, director-executivo do laboratório de Porton Down, numa entrevista à Sky News, sobre o agente químico que terá envenenado o espião britânico Sergei Skripal e a sua filha Yulia, no início do mês.

«Conseguimos determinar que é "Novichok" e determinar que é um agente neurotóxico militar», adiantou o responsável, que acrescentou que o laboratório de Porton Down entregou a informação científica ao governo britânico.

«É da nossa competência fornecer provas científicas de que agente neurotóxico se trata, especificamente. Identificámos que pertence a esta "família" e que é de uso militar, mas não nos cabe dizer onde foi fabricado.»

A conclusão de que o produto tem origem russa é, portanto, da exclusiva responsabilidade do governo britânico, apesar de os seus próprios laboratórios serem incapazes de determinar quem foi o fabricante.

Recorde-se que o laboratório de Porton Down é certificado pela Organização para a Proibição de Armas Químicas e tem uma larga experiência, inclusivamente no desenvolvimento, fabrico e teste de armas químicas.

Skripal e a filha foram encontrados inconscientes no passado dia 4 em Salisbury (a cerca de 15 quilómetros de Porton Down), no sul de Inglaterra, onde o espião vive desde que foi envolvido numa troca de prisioneiros ligados a actividades de espionagem entre a Rússia e os Estados Unidos da América (EUA).

Sergei Skripal foi, durante anos, um agente duplo britânico nos serviços secretos da Federação Russa, até ser descoberto em 2004 e condenado a 15 anos de cadeia por alta traição em 2006. Em 2010 foi perdoado pelo presidente Dimitri Medvedev e mudou-se para a cidade inglesa.

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