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Santiago de Cuba e Havana acolhem festival de documentários Santiago Álvarez

O 22.º Festival Internacional de Documentários Santiago Álvarez In Memoriam, de 15 a 21 de Março, é dedicado ao cinema cubano e terá como sede a cidade de Santiago, com alguns filmes exibidos em Havana.

Santiago Álvarez
Créditos / vozhabanera.com

A organização do Festival Internacional de Documentários Santiago Álvarez In Memoriam – FIDSA 2025 informou esta quarta-feira que recebeu quase 160 documentários, 37 dos quais estão a concurso e serão avaliados pelo júri.

Os números foram divulgados em conferência de imprensa por Lázara Herrera, directora do festival que honra o mestre cubano do documentário Santiago Álvarez, a quem chamaram o «Olho da Revolução» e «Cronista do Terceiro Mundo».

Na mesma ocasião, Julia Mirabal, membro do júri de selecção, destacou a grande participação este ano das realizadoras, com temas de linguagem de género e perda ou recuperação de direitos humanos em diversos países.

Mirabal disse que, a pouco e pouco, o FIDSA tem vindo a crescer, incluindo curtas, médias e longas-metragens, e temáticas LGBTI+.

Por seu lado, a coordenadora-geral do festival, Teresita Herrera, congratulou-se com a grande representatividade de continentes presentes este ano, refere a Prensa Latina, tendo explicado a importância do documentário como símbolo dos altos valores a defender hoje em dia em Cuba e no mundo, «porque precisamente o cinema documental é um reflexo do que está a acontecer a nível mundial, desde a época do realizador Santiago Álvarez até à actualidade».

A contemporaneidade está reflectida nas obras recebidas nesta edição do certame, afirmou Herrera, acrescentando que o programa inclui também oficinas de realização e criação documental, bem como painéis com grande participação de jovens talentos.

Conferência de imprensa no ICAIC, em Havana / PL

«Queremos deixar uma herança a estas novas gerações sobre o que é realizar bom cinema documental», declarou Herrera.

Uma edição dedicada ao cinema cubano, com olhares para o mundo

Na sequência de edições devotadas ao cinema independente norte-americano, aos realizadores colombianos ou ao cinema vietnamita, a 22.ª edição do festival tem como convidada a cinematografia documental cubana, «com uma selecção de obras destacadas de realizadores cubanos que exploram a riqueza e a complexidade da nossa sociedade e cultura», lê-se no portal da organização.

O realizador Rodrigo Vázquez, que é membro do júri, comentou esta quarta-feira, por streaming, que o Santiago Álvarez In Memoriam é «um festival de festivais, muito importante para a América Latina e mais além dessas fronteiras».

Afirmando que Cuba está muito bem representada na selecção, disse que neste processo se teve em conta «a presença de um olhar crítico não apenas ao que se passa actualmente na Ilha, mas também no mundo».

Neste sentido, chamou a atenção para o ressurgimento do fascismo à escala mundial, bem como para políticas que apelam à divisão e à polarização, «processos que fazem os realizadores questionarem o seu papel como criadores, seguindo a tradição de Santiago Álvarez».

Sobre o evento – que tem Santiago de Cuba como sede e programação em Havana de 17 a 21 de Março –, Vázquez destacou ainda a participação de obras de França, Estados Unidos, Catar, África do Sul, Rússia, entre outros países, «com perspectiva diversa e muito olhar internacionalista nas co-produções, e elementos que permitem abrir debates».

Esta edição do Festival Internacional de Documentários Santiago Álvarez In Memoriam, ficou-se a saber, marca também o fim do ciclo associado ao 65.º aniversário do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficos.

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