A sessão solene comemorativa do 25 de Abril no parlamento teve, pelo segundo ano consecutivo, restrições devido à pandemia de Covid-19, mas desta vez sem a contestação de direita ou populista, ocorrida no ano passado.
A Assembleia da República (AR) repetiu esta manhã, com pequenas diferenças, o modelo restritivo de presenças de deputados e de convidados que foi adoptado em 2020. Nas bancadas estiveram 47 deputados, representando os diversos grupos parlamentares, partidos e deputados independentes.
O Governo fez-se representar pelo primeiro-ministro António Costa, pelos ministros de Estado e da Economia, da Presidência, das Finanças e da Defesa, bem como pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
Dos cerca de 60 convidados, refira-se o regresso da representação dos militares de Abril, por intermédio de três elementos da Associação 25 de Abril, incluindo o seu presidente, o coronel Vasco Lourenço, que há um ano esteve ausente.
O general Ramalho Eanes voltou a ser, pelo segundo ano consecutivo, o único ex-Chefe de Estado a marcar presença nas comemorações, com Jorge Sampaio a declinar o convite por razões de saúde. Cavaco Silva invocou para a ausência um alegado respeito pelas «regras sanitárias devido à pandemia», apesar de a reunião cumprir todas as regras impostas pela Direcção-geral de Saúde e até ter sido o uso obrigatório de máscara pelos presentes.
A sessão arrancou às 10h, com a execução do hino nacional pela banda da Guarda Nacional Republicana, outra diferença em relação a 2020, quando foi reproduzida uma gravação, seguindo-se-lhe a intervenção de abertura pelo presidente da AR, Ferro Rodrigues.
Pelos grupos parlamentares intervieram Mariana Silva (PEV), André Silva (PAN), Pedro Mota Soares (CDS-PP), Alma Rivera (PCP), Beatriz Gomes Dias (BE), Rui Rio (PSD) e Alexandre Quintanilha (PS).
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pronunciou a intervenção de encerramento, o qual foi assinalado com nova execução do hino nacional pela banda da GNR.
Celebração popular regressa à rua
Celebração popular regressa à rua
À tarde, a celebração popular do 25 de Abril regressou às ruas, em Lisboa e no resto do país.
O apelo para as Comemorações Populares do 47.º aniversário do 25 de Abril foi subscrito por mais de 40 organizações, entre as quais se contam partidos políticos parlamentares e extra-parlamentares, centrais sindicais, movimentos de jovens, mulheres e reformados, e diversas outras associações cívicas.
Em Lisboa eram 15h30 quando milhares de pessoas começaram a descer a Avenida da Liberdade, com destino aos Restauradores.
À cabeça da manifestação, num espaço limitado por uma faixa vermelha, eram visíveis delegações partidárias, como as do PS, PCP e BE, delegações sindicais, nomeadamente da CGTP-IN, e representações de juventudes partidárias, como a JS e a JCP.
O desfile, no seu percurso até aos Restauradores, foi animado por palavras de ordem em defesa da democracia e da liberdade, e contra o fascismo.
Além de ocuparem a via central da avenida, necessariamente de uma forma espaçada devido às medidas de segurança sanitária, muitos manifestantes acompanharam e aplaudiram o desfile a partir do passeio.
A celebração nas ruas do 47.º aniversário do 25 de Abril estendeu-se a outras localidades. No Porto, o Desfile da Liberdade partiu da Avenida Rodrigues de Freitas, junto à antiga sede da PIDE, rumo à Avenida dos Aliados, entoando «25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!»
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