Perante as declarações de vários representantes europeus

Jerónimo de Sousa acusa União Europeia de pressão e chantagem

O secretário- geral do PCP afirma que com o seguimento do que a União Europeia pretende impor, Portugal fica amarrado à estagnação e recessão. Defende a convocação de uma cimeira intergovernamental.

Jerónimo de Sousa defendeu uma cimeira intergovernamental para consagrar a reversibilidade dos Tratados
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Jerónimo de Sousa critica as ingerências da União Europeia, cujos representantes diversos têm vindo a público fazer declarações sobre o rumo político do país, e criticar a política de recuperação de rendimentos. 

O secretário-geral do PCP, defende que deveria ocorrer a «urgente convocação de uma cimeira intergovernamental com o objectivo da consagração institucional da reversibilidade dos Tratados, da suspensão imediata e revogação do Tratado Orçamental, bem como da revogação do Tratado de Lisboa». 

O líder do PCP afirma que a União Europeia e o directório «que policia a sua construção», não admite, nem aceita «qualquer desvio aos seus ditames» e que não é aceitável a ingerência nos assuntos do país e sobre as decisões das suas legítimas instituições.

Faz referência aos vários episódios de pressão em cada medida de reversão das políticas: o Presidente do BCE, com o questionamento da Constituição da República; o anuncio de resgate por parte do ministro das finanças alemão; o chefe do Mecanismo Europeu de Estabilidade referindo que Portugal seria o país que mais o preocupa; o chefe do Euro a ameaçar com o congelamento dos fundos comunitários; ou o chefe da delegação do FMI a pronunciar preocupação pelo aumento dos salários e pensões e pelas 35 horas. 

«Toda esta evolução, esta chantagem, estas ameaças revela a necessidade de ruptura com os eixos fundamentais do processo de integração capitalista europeu e com a política de subserviência à União Europeia.», defende Jerónimo de Sousa. 

Segundo a opinião o secretário-geral do PCP, «hoje está cada vez mais claro que dentro do Euro, Portugal fica amarrado à estagnação e à recessão, ao desaproveitamento das suas potencialidades, ao subdesenvolvimento, ao empobrecimento, à dependência e à submissão nacional», afirmando ainda que a União Europeia «condiciona a nossa capacidade de produzir, a nossa liberdade de distribuir a riqueza criada, a nossa capacidade e a nossa liberdade de escolhermos o caminho que, enquanto povo, queremos seguir».

Jerónimo de Sousa pronunciou estas declarações numa reunião nacional de quadros do PCP sobre «A Cultura em Portugal e as propostas do PCP», em Lisboa.

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