Foram dois os votos levados a votação, propostos pelo PCP e pelo PSD, ambos de condenação e ambos sobre os recentes desenvolvimentos na Síria. A iniciativa do PCP criticava «a guerra de agressão à Síria e ao seu povo», defendendo a «soberania, independência e integridade territorial» do país, no dia em que os EUA atacaram uma base aérea das Forças Armadas sírias com 59 mísseis Tomahawk.
O PSD apresentou um voto de condenação «pelo ataque com armas químicas na Síria». Ainda que, no próprio texto, seja reconhecida a necessidade de investigar os acontecimentos de terça-feira, em Idlib, é atribuída a responsabilidade ao governo de Bashar al-Assad e é pedida «uma posição forte da comunidade internacional».
Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do BE, associou-se na condenação ao suposto ataque com armas químicas, apesar de alertar para a escalada de violência em curso, após o ataque norte-americano desta madrugada sobre a base aérea de Shayrat. Ainda assim, os deputados bloquistas ajudaram a aprovar o voto do PSD e a rejeitar o voto apresentado pelo PCP. «Condenamos da mesma forma Bashar al-Assad, Donald Trump e Vladimir Putin», afirmou o deputado bloquista.
Os grupos parlamentares do PCP e de «Os Verdes» votaram a favor da proposta comunista, enquanto o BE e o PAN se abstiveram. Todos os deputados do PS, do PSD e do CDS-PP rejeitaram a iniciativa. O voto do PSD foi aprovado pelos deputados do PS, do PSD, do CDS-PP, do BE e do PAN, e a rejeição dos grupos parlamentares do PCP e de «Os Verdes».
Os EUA bombardearam, esta madrugada, a base aérea de Shayrat, na província de Homs, numa escalada do conflito que viola o direito internacional. O anúncio do ataque sobre a base da Força Aérea síria foi anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, esta madrugada. Seis dezenas de mísseis Tomahawk foram disparados de um navio estacionado no Mediterrâneo e, de acordo com fontes locais citadas pela agência russa RIA Novosti, destruíram a base de Shayrat.
A operação norte-americana foi justificada como uma resposta ao suposto ataque com armas químicas em Idlib, cuja responsabilidade é apontada às autoridades sírias. Apesar de ter sido pedida uma investigação independente e do veto de uma resolução do CSNU que visava legitimar o ataque, os EUA avançaram com a acção militar unilateral sobre a base aérea de um Estado soberano.
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