A manifestação nacional que se realiza amanhã, para a qual estão previstos «muitos milhares» de trabalhadores oriundos de todos os distritos do País, está programada para arrancar às 15h do Marquês de Pombal, em direcção à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
«Pensamos que esta manifestação vai ter muitos milhares de pessoas», frisou ontem aos jornalistas Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN), em conferência de imprensa, tendo acrescentado que há um «descontentamento geral» com «a postura inqualificável do Governo».
Em comunicado, a Frente Comum considerou ser «lamentável» que o Executivo do PS, apesar de ter todas a condições políticas para uma «mudança efectiva» na «melhoria das condições de vida e de trabalho na Administração Pública», tenha optado ao invés por uma estratégia de tentar colocar «trabalhadores contra trabalhadores».
«O Governo, ao não se sentar [nas negociações] faz uma demonstração, não só de falta de respeito pelos sindicatos, mas sobretudo pelos trabalhadores e indicia que não está disponível para responder aos problemas», acrescentou Ana Avoila.
Os trabalhadores da Administração Pública exigem aumentos salariais para todos, num mínimo de 60 euros para as remunerações mais baixas e de 4% para os restantes, em oposição ao aumento discriminatório imposto pelo Governo, que mantém o congelamento que persiste desde 2009 para mais de 600 mil trabalhadores.
Outras reivindicações passam pela revisão da Tabela Remuneratória Única, que está desactualizada há anos, a contagem de todo o tempo de serviço para o efeito das progressões, a reposição e valorização das carreiras, a regulamentação do suplemento de insalubridade, risco e penosidade, bem como o fim da precariedade no Estado e a conclusão do Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública.
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