«A empresa de trabalho temporário Crewlink, que recruta tripulantes de cabine para a companhia aérea Ryanair, deixará amanhã de trabalhar a partir da base de Faro, causando o despedimento de tripulantes que trabalham há mais de dez anos para a empresa», denuncia o sindicato em comunicado divulgado esta terça-feira.
Depois de várias ameaças de encerramento, a Ryanair vai afinal manter em funcionamento o seu centro na capital algarvia com cerca de 55 tripulantes, todos quadros da companhia.
O SNPVAC denuncia o facto de os tripulantes de cabine da Ryanair que permanecem terem sido «coagidos» pela companhia aérea a assinar uma adenda ao seu contrato, abdicando «de subsídios e retroactivos até Novembro de 2018», penalizando os que não aceitaram estas condições com um corte de 80% do seu ordenado, durante quatro meses.
A empresa terá apresentado ao sindicato, como razões para este despedimento colectivo, a «restruturação» da organização produtiva, atrasos dos aviões Boeing 737 Max e uma diminuição das operações na base de Faro, situações que o SNPVAC afirma não corresponderem à realidade.
«O SNPVAC recorda que a Ryanair, após vários anos de negociações, aceitou em Novembro de 2018, que os trabalhadores em Portugal fossem abrangidos pela lei portuguesa, obrigando a companhia irlandesa a pagar algo tão básico como subsídios de férias, de Natal e seguros de trabalho. Apesar destas obrigações, a companhia low cost continua sem cumprir esses princípios básicos da lei geral do trabalho em Portugal», pode-se ler no comunicado.
O sindicato lamenta que a empresa não tenha querido reunir-se e diz que já pediu audiência a todos os grupos parlamentares e ministérios envolvidos, continuando «a aguardar a marcação de uma reunião na Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT)».
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