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Garcia de Orta: «Nunca este hospital conheceu dias tão negros»

Depois do encerramento nocturno da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta, em Almada, é a vez do serviço de Ginecologia/Obstetrícia. Utentes reivindicam intervenção urgente por parte da tutela.

O Hospital Garcia de Orta abrange os concelhos de Almada e do Seixal, com cerca de meio milhão de utentes
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

Num ofício enviado à ministra da Saúde, Marta Temido, as Comissões de Utentes da Saúde dos concelhos de Almada e do Seixal alertam para «notícias preocupantes sobre a inoperacionalidade e incapacidade de alguns serviços», bem como para «um crescendo de conflitualidade entre os serviços e o Conselho de Administração, em particular com a direcção clínica, com acusações graves quanto à qualidade e competência das orientações desta emanadas».

Entre os casos reportados surge o serviço de Ginecologia/Obstetrícia. Os utentes alertam que, «sendo este um serviço emblemático e de referência no historial» do Hospital Garcia de Orta (HGO), «atingiu em pouco tempo um ponto de ruptura, que opõe a chefia do serviço à direcção clínica e agora, solidariamente, a toda a equipa», de que resultou um plano de contingência, com o encerramento nocturno deste serviço.


As comissões relatam que, na madrugada do dia 8 de Julho, perante o serviço encerrado, uma utente em trabalho de parto foi transferida para o Centro Hospitalar do Barreiro, porque a Maternidade Alfredo da Costa «se encontrava lotada», salientando que «nunca» o Garcia de Orta «conheceu dias tão negros, que preocupam e intranquilizam todos quantos a ele recorrem».

Tendo em conta que «algo de profundamente anormal se passa no HGO», os utentes defendem que a tutela tem de intervir «com urgência», tomando as medidas necessárias à «reposição da normalidade dos (e nos) serviços».

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