A concentração de enfermeiros à porta do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, teve como objectivo exigir a efectivação dos contratos precários.
«A pandemia veio exaltar a falta de profissionais. Continuamos a ver horários de 12 horas consecutivas. Continuamos a verificar que há colegas que querem gozar férias e não podem. Continuamos a ver os nossos colegas a querer acompanhar os filhos menores, mas por falta de pessoal não podem», disse Fátima Monteiro, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) aos jornalistas, acrescentando que os direitos são postos em causa apesar de todos os profissionais com vínculos precários serem necessários ao normal funcionamento das unidades de saúde.
«A pandemia não suspende direitos», «O país tem 2000 enfermeiros na precariedade» ou «SNS não é só pandemia» eram algumas das frases das faixas e cartazes que ilustraram a concentração.
Inês Fardilha, enfermeira há dois anos e a trabalhar no Hospital Pedro Hispano desde Maio ao abrigo dos chamados «contratos Covid-19», contou à Lusa que o seu contrato termina este mês e se nada for feito ficará desempregada e a «fazer falta a um SNS que precisa de todos».
Fátima Monteiro explicou que no que diz respeito ao Hospital Pedro Hispano existem 102 enfermeiros com contratos a termo ao abrigo das contratações extraordinárias por causa da Covid-19, aos quais se somam 28 com contratos de substituição.
«Exigimos opções políticas que de uma vez por todas acabem com a incerteza nos serviços. Para os hospitais também é muito complicado. Sei que este conselho de administração já fez todas as iniciativas possíveis para que o Ministério lhe dê autorização para efectivar. Alguns reúnem condições, mas há um volume muito significativo que fica com a sua situação por resolver», disse Fátima Monteiro.
«Estes profissionais não estão cá para responder a necessidades pontuais. Estão cá para dar resposta a necessidades permanentes, seja Covid-19 ou não. O despacho anterior só resolveu a situação de 500 e tal enfermeiros, deixando 2000 a nível do País com vínculo precário», disse Fátima Monteiro.
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