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Câmara de Almada deposita 20 milhões e pede metade com custos

Um mês após depositar na banca 20 milhões de euros, à taxa de juro de 0%, a Câmara de Almada decidiu contrair um empréstimo de 10 milhões, que poderá custar ao município cerca de 200 mil euros. 

«Tem que haver abertura» aos operadores privados, defende Inês de Medeiros
CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

O argumento avançado pela autarquia liderada por Inês de Medeiros (PS) para o novo empréstimo é a necessidade de fazer face a um conjunto de obras já programadas, conciliando com o «esforço que o município tem de fazer para poder concorrer ao Plano de Recuperação e Resiliência». 

Mas curiosamente, a medida surge um mês após a Câmara Municipal de Almada ter entregado à banca 20 milhões de euros, à taxa de juro de 0%. Já a taxa de juro do novo empréstimo, no valor de dez milhões de euros pelo prazo de cinco anos, poderá rondar os 0,5%, o que irá custar aos munícipes cerca de 200 mil euros. 

A denúncia partiu da CDU, que na última reunião da Assembleia Municipal confrontou a presidente Inês de Medeiros relativamente à afirmação de que os 20 milhões de euros constituem uma bolsa para assegurar futuros investimentos. Mas também com as aplicações realizadas em 2020 por grandes municípios desta região metropolitana. Desde logo, pela Câmara Municipal de Lisboa, que, com um orçamento cerca de dez vezes superior, fez uma aplicação no valor de 704 mil euros. 

Por outro lado, são apontadas críticas ao facto de, em ano de pandemia, o Executivo almadense, com o apoio do PSD, aproveitar para fazer poupanças, «em vez de cumprir» as suas responsabilidades, nomeadamente ao nível do apoio ao movimento associativo, recreativo e cultural, aos micro, pequenos e médios empresários, mas também às famílias. 

Dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) revelam que no passado mês de Janeiro havia mais de seis mil novos desempregados inscritos no Centro de Emprego de Almada do que em Janeiro do ano passado.

Ainda a propósito da enorme quantia depositada, e pela qual a autarquia não vai ganhar nada em juros, a coligação PCP-PEV conclui que a opção do Executivo, de não transitar para o orçamento deste ano, corresponde a uma operação de maquilhagem, aumentando assim a execução em 2020. 

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