|Venezuela

Arreaza denuncia campanha mediática sobre irregulares armados colombianos

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela afirmou, esta segunda-feira, que os artigos publicados no New York Times e noutra imprensa «visam novamente aumentar a pressão intervencionista».

Elementos da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) continuam a fazer frente a grupos armados colombianos no estado fronteiriço de Apure 
Créditos / mazo4f.com

Na sua conta de Twitter, Jorge Arreaza integrou o artigo intitulado «Grupos terroristas se instalan en Venezuela mientras crece la anarquia» no contexto das manobras com as quais se pretende justificar uma escalada nas agressões contra o país sul-americano.

«Denunciamos outra campanha de calúnias do @nytimes contra a Venezuela. Enquanto a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) enfrenta grupos colombianos terroristas, este meio aplica as mesmas fórmulas com que justificou as invasões do Iraque e da Líbia, e o recente golpe na Bolívia», frisou o diplomata.

Arreaza questionou também as afirmações da organização Human Rights Watch, sobre alegados abusos cometidos pelas forças de segurança venezuelanas contra a população civil durante as operações em curso para neutralizar os grupos armados colombianos na fronteira.

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Arreaza: a Colômbia transformou-se num «narco-Estado»

O chefe da diplomacia venezuelana destacou, esta terça-feira, que o seu país tem de defender a soberania face a grupos armados irregulares da Colômbia, em cujo lado da fronteira o «abandono é absoluto».

A Venezuela desmontou «falsas versões», difundidadas a partir da Colômbia, sobre o conflito com os grupos armados irregulares na fronteira, mas sublinhou que quer diálogo  e uma saída pacífica para a situação 
Créditos / @CancilleriaVE

«Enfrentámos o conflito fronteiriço na Colômbia para defender a nossa soberania, quando no país vizinho os grupos armados irregulares e do narcotráfico são protegidos pelo governo», afirmou ontem, em conferência de imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza.

Ao intervir, o diplomata quis marcar a posição do executivo venezuelano perante o conflito fronteiriço e as «falsas versões» da imprensa do país vizinho alinhada com a oligarquia colombiana, que, sublinhou, «distorcem a realidade do que se passa na região».

Segundo Arreaza, o abandono na fronteira do lado colombiano é absoluto. «Não sabemos quem controla esse território; às vezes parece ser de um grupo guerrilheiro ou de uma organização paramilitar ou de algum outro grupo», disse, citado pela TeleSur.

«O denominador comum no conflito é o narcotráfico que permeou a sociedade e o governo da Colômbia», indicou o diplomata, acrescentando: «O governo colombiano acusa a Venezuela de [ser um] narco-Estado, quando o único narco-Estado com provas irrefutáveis é o Estado colombiano, onde há cartéis, clãs e estruturas de crime organizado.»

Recordando as palavras de Hugo Chávez sobre a defesa do território venezuelano face às incursões dos grupos colombianos irregulares e a necessidade de não os deixar fixar-se e de os expulsar imediatamente, Jorge Arreaza disse que «a Venezuela fez mais em 17 dias que as Forças Armadas da Colômbia em 30 anos de conflito interno contra esses grupos, como quer que se chamem», refere a mesma fonte.

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Forças Armadas venezuelanas em alerta máximo na fronteira com a Colômbia

O Comando Estratégico Operacional da Força Armada Nacional Bolivariana (Ceofanb) continua em alerta máximo na fronteira com a Colômbia, onde há vários dias combate grupos «irregulares» do país vizinho.

Elementos da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) continuam a fazer frente a grupos armados colombianos no estado fronteiriço de Apure 
Créditos / mazo4f.com

Após os combates dos últimos dias entre a FANB e grupos armados colombianos, o comando das Forças Armadas informou que mantém o controlo das localidades de La Victoria e Ripial, principais cenários das hostilidades, no estado venezuelano de Apure.

No Twitter, o Comando Estratégico deu conta do desmantelamento de mais um acampamento de «terroristas», onde foram encontradas «armas, munições e explosivos de alta potência».

Também ontem, a propósito do Dia Internacional de Consciencialização sobre os Perigos das Minas Terrestres, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou a utilização de minas antipessoais, por parte dos terroristas colombianos, no estado de Apure, junto à fronteira com a Colômbia.

O chefe de Estado venezuelano acusou o governo de Iván Duque de ser responsável por esta «contaminação bélica e criminosa», e agradeceu à FANB pela «entrega na defesa do território» nacional.

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Parlamento da Venezuela condena agressão de paramilitares colombianos

A Assembleia Nacional repudiou o ataque de paramilitares colombianos contra alvos civis no estado de Apure, destacando que não irá tolerar a presença destes «grupos criminosos» em solo venezuelano.

Jorge Rodríguez considerou «inverosímil» que uma operação deste tipo «pudesse ser levada a cabo sem a coordenação com os governos dos Estados Unidos e da Colômbia»
Jorge Rodríguez fornecendo dados sobre a participação dos EUA e da Colômbia na incursão armada frustrada de Maio de 2020 Créditos / RFI

Num comunicado, o órgão legislativo venezuelano condenou esta quinta-feira a acção recente de elementos irregulares armados provenientes da Colômbia contra a população de La Victoria, no estado de Apure (Sudoeste), qualificando-a como atentado à soberania e à paz do país e como «resultado dos 70 anos de conflito armado interno», que o país vizinho «não soube ou não quis resolver de forma pacífica».

Ao proceder à leitura da declaração, transmitida pela TV, o presidente da Assembleia Nacional (AN), Jorge Rodríguez, afirmou que o fenómeno dos grupos armados, dedicados a actividades ilegais e ligados às máfias do narcotráfico, faz parte de um conflito a que a Venezuela é alheia e que o Governo colombiano consente e exporta de forma irresponsável, refere a TeleSur.

«As instituições democráticas venezuelanas não irão tolerar a presença de grupos criminosos colombianos no nosso território», sublinhou Rodríguez, que recordou a participação do seu país, a pedido de instituições colombianas, como mediador nos acordos de paz do país vizinho.

A este respeito, disse que o governo de Iván Duque abandonou o caminho da paz e entregou as fronteiras a organizações criminosas, que as transformaram num teatro de operações para agressões apoiadas contra Caracas.

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Depoimento de «traidor» confirma envolvimento de EUA e Colômbia na «incursão armada»

O ministro venezuelano da Informação apresentou as declarações do «desertor e traidor» Antonio Sequea, que confirmam a articulação da Colômbia e dos EUA com o narcotráfico para atacar a Venezuela.

Pescador venezuelano armado, em Chuao, estado de La Guaira, aborda lancha com mercenários
Créditos / TeleSur

Na conferência de imprensa que deu esta terça-feira no Palácio de Miraflores (sede do executivo), Jorge Rodríguez, ministro da Comunicação e Informação da Venezuela, apresentou vários vídeos com depoimentos de detidos ligados à fracassada tentativa de incursão terrorista do passado dia 3 de Maio, que tinha como principal alvo o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Entre os depoimentos mostrados conta-se o de Antonio Sequea, «chefe operacional» do plano abortado e, nas palavras de Rodríguez, «desertor e traidor à pátria». Segundo este mercenário, ao serem levados para a península de La Guajira, em território colombiano, foram recebidos por um dos principais narcotraficantes da região, Elkin Javier López, Doble Rueda.

Alegadamente, o presidente colombiano, Iván Duque, exige a sua captura e os Estados Unidos pediram a sua extradição. No entanto, López leva a cabo as suas actividades numa quinta localizada ao lado de uma instalação da Administração para o Controlo de Droga (DEA, na sigla em inglês) em território colombiano, disse Sequea, tendo afirmado que o grupo esteve na quinta pelo menos 40 dias – onde foi treinado por militares norte-americanos com vista à missão de 3 de Maio.

Sequea referiu ainda que comunicava diariamente com o mercenário e militar Jordan Goudreau, dono da empresa Silvercorp, o que lhes dava confiança, uma vez que os seus planos tinham como base um contrato assinado pelo deputado da oposição Juan Guaidó – reconhecido por Washington como presidente interino da Venezuela – e apoiado pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

A este propósito, o desertor venezuelano revelou que Goudreau se reuniu com Guaidó na Casa Branca para coordenar a incursão marítima armada e garantiu que as forças de segurança dos Estados Unidos estavam inteiramente a par da «Operação Gedeón», informa a TeleSur.

«Fica totalmente provada a participação de Juan Guaidó nesta acção; ele deu a ordem para que a invasão armada contra a Venezuela fosse levada a cabo», frisou Jorge Rodríguez.

Coordenação da Colômbia e da DEA com o narcotráfico

Num outro vídeo mostrado pelo ministro venezuelano, apareceu o depoimento do detido José Alberto Socorro, Pepero, que reafirmou a ligação existente entre o narcotráfico, que «faz vida impunemente em La Guajira colombiana», e a DEA no apoio logístico a este tipo de operações militares que visam agredir a Venezuela.

«É uma prática comum da Colômbia e da DEA capturarem narcotraficantes para os extorquir e utilizar no financiamento a incursões homicidas, como é o caso do narcotraficante Doble Rueda, responsável pela logística dos mercenários em La Guajira», reiterou Rodríguez, citado pela Prensa Latina.

Acrescentou que as confissõese dos mercenários respondem às perguntas feitas pelo presidente do Comissão de Assuntos Externos da Câmara dos Representantes dos EUA, Elliot Engel, ao Departamento de Estado, numa comunicação enviada ao secretário Mike Pompeo, que até ao momento não teve resposta.

Engel exigiu ao governo de Trump esclarecimentos sobre o planeamento da «Operação Gedeón» na costa venezuelana, no estado de La Guaira, que tinha como propósito executar Nicolás Maduro e outros altos funcionários, bem como perpetrar um golpe de Estado no país caribenho.

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Lembrou ainda que, com a cumplicidade da administração dos EUA, foram organizados e concretizados a partir de Bogotá o atentado contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (em Agosto de 2018), e a incursão mercenária conhecida como Operação Gedeón (Maio de 2020).

Perante estes factos, a AN manifestou todo o seu apoio ao presidente Nicolás Maduro e ao comando da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) na execução das tarefas de protecção da soberania e da integridade territorial, refere a mesma fonte.

O Parlamento refutou ainda declarações recentes do Ministério colombiano dos Negócios Estrangeiros e do Comando Sul dos Estados Unidos que visam não só acusar a Venezuela como fugir às suas responsabilidades no consentimento de actividades ilegais na fronteira.

Acção do Comando Estratégico Operacional do Exército nas fronteiras

O Ministério venezuelano da Defesa informou, no início desta semana, que tinha capturado 32 paramilitares colombianos no estado de Apure, onde unidades da FANB enfrentaram grupos «irregulares» provenientes da Colômbia.

Durante as operações, em que foram mortos dois militares venezuelanos, os efectivos da FANB neutralizaram um dos dirigentes destes grupos, destruíram vários acampamentos e apreenderam armas, munições, explosivos, viaturas e drogas.

De acordo com a TeleSur, 60 elementos destes grupos fugiram para a Colômbia mas não foram presos no seu país, apesar dos alertas constantes da Venezuela.

Já esta quinta-feira, a FANB deu conta da apreensão de explosivos, munições e meios logíticos no estado ocidental de Táchira, junto à fronteira com a Colômbia. As operações tiveram lugar no município de Ayacucho, informou o Comando Estratégico Operacional do Exército (Ceofanb).

Os militares venezuelanos – revela a Prensa Latina – destacaram que se «mantêm alerta para fazer frente às células terroristas paramilitares» no país e que estão a infligir «duros golpes aos grupos irregulares criminosos colombianos».

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Os confrontos recentes na região limítrofe com a Colômbia servem, segundo Maduro, para medir os níveis de resposta perante eventuais intervenções estrangeiras de maior envergadura, refere a Prensa Latina.

Insistiu que a FANB e a união entre militares, forças policiais e o povo farão frente a qualquer ameaça de desestabilização, garantindo «a paz e a soberania».

Desde o início das hostilidades na fronteira, o executivo venezuelano acusou Bogotá de estar a procurar criar um conflito artificial para introduzir elementos paramilitares, guerrilhas e grupos de narcotráfico no país, de modo a justificar uma agressão.

Desde 21 de Março, pelo menos seis militares venezuelanos foram mortos, enquanto a FANB causou nove baixas entre os «irregulares», tendo detido ainda 32 irregulares, segundo informações oficiais.

Organizações sociais denunciam acção de grupos armados

No sábado, um grupo de 30 organizações sociais venezuelanas denunciou a desestabilização gerada pelos grupos irregulares colombianos no estado de Apure, «atentando contra a paz e a tranquilidade das suas populações».

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Duque: «É preciso garantir a ruptura no seio das Forças Armadas venezuelanas»

Em entrevista a uma agência espanhola, o presidente colombiano não falou da pobreza, da desigualdade, dos milhões de deslocados, dos assassinatos de dirigentes sociais no seu país. O tema foi a Venezuela.

Forças de segurança e civis na Ponte Internacional Símon Bolívar fogem da tentativa de atropelamento realizada por três elementos afecto a Guiadó
Créditos / RT

«Fui muito claro; mais que uma solução militar de carácter estrangeiro, hoje o que é preciso é garantir a ruptura no seio das próprias forças militares na Venezuela», disse este domingo Iván Duque, o presidente da Colômbia, numa entrevista concedida à agência Europa Press.

O chefe de Estado colombiano, que é um dos patrocinadores do golpista Juan Guaidó, que a 23 de Janeiro deste ano se autoproclamou «presidente interino» da Venezuela, referiu-se ao executivo de Nicolás Maduro nos termos já habituais para o próprio e os seus aliados da Casa Branca e do Grupo de Lima – como «ditadura atroz» e «usurpação».

Para Duque, as Forças Armadas venezuelanas podem assumir um papel importante na queda do «regime», tendo defendido que a Colômbia e demais inimigos da Venezuela bolivariana devem garantir que os militares se afastam do presidente eleito, Nicolás Maduro, e se colocam «do lado certo da História», ou seja, do golpista Guaidó a mando de Washington e da Assembleia Nacional – que se encontra em situação de desobediência jurídica, desde 2016, perante o Supremo Tribunal de Justiça.

Questionado sobre as denúncias do governo venezuelano – e também veiculadas por meios de direita – relativas a desvio de fundos e corrupção por parte da equipa liderada por Guaidó, o presidente colombiano tentou desculpar e limpar a imagem do dirigente do partido Voluntad Popular.

Também questionado sobre o posicionamento de Espanha relativamente à propalada «crise venezuelana», Duque – que tem sido reiteradamente acusado pelas autoridades de Caracas de, ao lado, de Washington, ser um dos principais promotores das tentativas de desestabilização na Venezuela – reiterou o seu contentamento pelo reconhecimento de Guaidó por parte do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e pediu aos líderes da Europa que sejam «cada vez mais fortes para precipitar a transição» na Venezuela.

Enquanto Duque viaja, dois dirigentes sociais assassinados

Enquanto Iván Duque se dedicava à promoção do golpe de Estado na Venezuela no seu périplo europeu, a dirigente social María del Pilar Hurtado Montaño foi assassinada em Tierralta, no departamento de Córdoba – a autoria do crime é atribuída ao grupo paramilitar Autodefensas Gaitanistas de Colombia. Ontem, sicários mataram a tiro Carlos Biscué, dirigente indígena Nasa e agricultor, no município de Caloto (departamento do Cauca), segundo revelou a Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC).

De acordo com o movimento Marcha Patriótica e o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), entre Janeiro de 2016 e Maio de 2019 foram assassinados 702 dirigentes sociais e 135 ex-combatentes das FARC-EP.


Ao ter conhecimento das declarações de Iván Duque, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, reagiu de forma contundente na sua conta de Twitter: «Enquanto Duque viaja pelo mundo para promover golpes militares na Venezuela, na Colômbia a crise nos Direitos Humanos agrava-se dramaticamente. Volta a guerra, assassinam líderes sociais e ex-combatentes quase diriamente, produzem mais droga e mais pobreza».

Por seu lado, o presidente Maduro, ao participar nas cerimónias do Dia do Exército Bolivariano, que hoje se assinala, também denunciou as declarações do seu homólogo colombiano.

«Duque proferiu ontem declarações contra as nossas Forças Armadas; ele pretende erigir-se em comandante-em-chefe das FANB; dou autorização para responder à oligarquia de Bogotá como merece», sublinhou Maduro.

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Em comunicado, referido pela Prensa Latina, disseram estar preocupados com «as acções empreendidas por grupos armados (...) que ameaçaram e violaram os direitos humanos das populações» e que «provocaram a morte de membros da FANB».

O documento refere que a situação no país vizinho se agrava pela recusa do executivo em cumprir os acordos de paz e lembra os assassinatos diários de dirigentes sociais, o grande número de deslocados, num país que é o «maior produtor e exportador de cocaína do mundo.»

Os organismos instam o Estado venezuelano a garantir a soberania, a integridade territorial e a paz em Apure, e sublinham que, sendo necessário o uso da força pública para proteger o povo, tal deve ser feito com a total garantia dos direitos humanos.

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«A Colômbia abandonou a sua fronteira, não há Estado, não há autoridade pública; entregaram toda a sua fronteira aos grupos armados irregulares e os poucos elementos de segurança estão subordinados a essas organizações criminosas», frisou, tendo ainda acusado as organizações armadas que foram desalojadas junto à fronteira, no estado venezuelano de Apure, de estarem articuladas com o Exército colombiano.

Os territórios onde estão instaladas «as bases colombianas sob tutela das tropas dos EUA são um caos», pois ali «se produz, se processa e se distribui a droga» pela via do Pacífico, defendeu o diplomata, tendo ainda afirmado que a lavagem de dinheiro da venda da droga, com operações estruturadas e complexas, se realiza para adquirir propriedades.

Venezuela controla a zona de conflito

A Venezuela tem o controlo absoluto da localidade de La Victoria, no estado de Apure, onde se registaram os confrontos entre a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e os grupos armados irregulares colombianos, garantiu Arreaza, acrescentando que agora se está a proceder à limpeza da zona de minas anti-pessoais e de outros explosivos.

O ministro desmentiu que tenham fugido de La Victoria 6000 venezuelanos e disse que, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas, residem ali 3574 pessoas. Reafirmou que o conflito de grupos armados é da Colômbia, pelo que as autoridades venezuelanas não vão permitir que permaneçam em território nacional.

No passado dia 5, o executivo da Venezuela declarou três municípios do estado de Apure, na fronteira com a Colômbia, como zona de segurança.

Venezuela pedirá a López Obrador e à Celac a mediação do conflito

Arreaza informou que vai solicitar ao México que actue como mediador, de modo a abrir canais de diálogo com o governo da Colômbia, para que aborde a situação na fronteira.

Neste sentido, será enviada uma carta ao ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano, Marcelo Ebrard, a solicitar a intervenção do presidente Andrés Manuel López Obrador e do seu governo.

Com o mesmo intuito – o de manter a paz ao longo da fronteira – será abordada a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

Saída pacífica também com o apoio da ONU

A Venezuela vai solicitar junto da ONU a abertura de um canal directo permanente com a Colômbia sobre a questão fronteiriça, para que haja coordenação entre as forças públicas, disse o diplomata.

Jorge Arreaza referiu que esta semana foi enviada uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, com esse propósito. «Queremos garantir a paz e a segurança nesta região, que termine o conflito na Colômbia, que haja paz na Colômbia, sem que o conflito seja transferido para a Venezuela», afirmou, citado pela TeleSur.

Também foi envidada uma missiva a Ilene Cohn, do Serviço de Acção Anti-Minas das Nações Unidas, solicitando ajuda para desactivar as minas deixadas pelos grupos irregulares armados colombianos.

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«Face à impossibilidade de derrubar o governo bolivariano, os agressores da Venezuela coordenam as suas acções mediáticas. Artigos do @Nytimes e outros meios, bem como um relatório infame de @hrw, visam novamente aumentar a pressão intervencionista», alertou.

O ministro referiu que a campanha coincide com a confissão de elementos da «oposição golpista» venezuelana, que, nos Estados Unidos, reconheceram que se está a «desenvolver uma guerra híbrida» contra o país caribenho para ali criar «o caos e a violência».

Num outro tweet, Arreaza destacou: «A nossa FANB protege o povo enfrentando grupos irregulares colombianos. (...) Os "opinadores" de sempre atacam-na, enquanto a FANB se esmera para expulsar os violentos e garantir os Direitos Humanos de todos».

Intensificação dos combates na fronteira

Num comunicado ontem divulgado pelo Ministério venezuelano da Defesa, a FANB deu conta do recrudescimento dos combates com grupos paramilitares provenientes da Colômbia no estado fronteiriço de Apure nas 72 horas anteriores, no âmbito da operação Escudo Bolivariano 2021, iniciada a 21 de Março.

Durante os «cruentos combates», a FANB infligiu um «importante número de baixas» aos grupos referidos, e destruiu instalações temporárias que pretendiam usar para as suas actividades.

«Reiteramos a firme decisão de consolidar um estado de Apure absolutamente livre, devolvendo a paz e a tranquilidade aos habitantes da região», afirmam as forças armadas venezuelanas.

Com esse propósito, referem que vão intensificar as operações militares que «permitam neutralizar qualquer reduto desses grupos delinquentes (…) até à sua total expulsão e derrota definitiva».

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