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Raquel Queirós «faz história» na 1.ª Volta a Portugal Feminina

A atleta olímpica sagrou-se ontem campeã da primeira edição da prova em Portugal. Competição apresentava o «nível mais elevado em que alguma vez» participou.

Raquel Queirós compete na prova de BTT em Ono, Shizuoka, Japão, nos Jogos Olímpicos de Tóquio 
CréditosChristopher Jue / EPA

Provaram ser infundadas as dúvidas que assolavam a ciclista de estrada e BTT (bicicleta todo-o-terreno), Raquel Queirós, logo no arranque da prova. A atleta de 21 anos, de Vila do Conde, manteve-se competitiva desde a primeira etapa, em que tinha terminado num significativo 3.º lugar.

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Primeira Volta a Portugal Feminina, por um desporto mais inclusivo

94 anos após a 1.ª edição masculina, que já cruzou as muitas estradas de Portugal por 82 ocasiões, é a vez de as mulheres ciclistas finalmente terem a sua própria competição.

Créditos / bttlobo

A edição inaugural, informa o comunicado da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), vai aproximar este primeiro momento da Volta a Portugal Feminina «à primeira edição da Volta masculina», recordando, ao mesmo tempo, «figuras emblemáticas do ciclismo feminino nacional, como Oceana Zarco».

A primeira etapa, a realizar-se no próximo dia 2 de Setembro, percorrerá 81,5 quilómetros, entre Cacilhas (Almada) e Setúbal. «Será antecedida pela apresentação das equipas, no Marquês de Pombal (Lisboa), de onde as participantes partirão, em desfile, até ao Cais do Sodré. Daí tomarão um barco para Cacilhas. É uma recriação do início da primeira Volta a Portugal masculina, em 1927».

A Volta a Portugal Feminina vai terminar, ao fim de quatro etapas, «da mesma forma que encerrou a primeira Volta a Portugal masculina, com uma ligação entre Caldas da Rainha e Lisboa». Será o mais longo trajecto da prova, com 94,7 quilómetros.

A expectativa de Delmiro Pereira, presidente da FPC, é a de que a Volta a Portugal Feminina seja «uma motivação para as mais jovens ciclistas prosseguirem as suas pedaladas de desenvolvimento desportivo, tendo como horizonte uma carreira entre a elite». A prova será «também uma forma de atrair novas praticantes de competição, dado o enorme poder de atracção e simpatia popular gerado pela marca Volta a Portugal».

A prova tem o apoio dos vários municípios pelos quais vão ciclar as atletas das equipas portuguesas, espanholas e britânicas, como é o caso das câmaras municipais de Lisboa, Loures ou Setúbal

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«Vim para aqui sem saber o que o meu corpo poderia dar, mas é óbvio que estou muito, muito, muito contente por levar a camisola amarela para casa». A última etapa, que teve lugar ontem, «foi muito dura, mas tive a ajuda da minha colega Mariana Líbano e de outras corredoras portuguesas, que se uniram para garantir uma vitória nacional», declarou a atleta à Federação Nacional de Ciclismo.

Raquel Queirós, que compete pela Velo Performance/JS Campinense, «concluiu as quatro etapas com 7h28m52s, menos 35 segundos do que a júnior Sofia Gomes (Vesam/Blok-Vilanonvense Cycling Girls) e menos 48 segundos do que a catalã Iris Gómez, segunda e terceira, respectivamente».

Com as ambições viradas para os Jogos Olímpicos de 2024, não é a primeira vez que a atleta portuguesa está em destaque. A 27 de Julho concluiu a prova de ciclismo todo-o-terreno (BTT) em 27.º lugar, entre atletas de topo mundial.

Com o objectivo declarado de «motivar jovens ciclistas» e contribuir «para o desígnio da igualdade de género no desporto», desígnio anunciado pela Câmara Municipal de Setúbal, um dos organizadores desta prova, participam, ao todo, «84 ciclistas em representação de 14 equipas de Portugal, Espanha, Alemanha, Suécia, Estónia, Reino Unido, Irlanda, Colômbia e Nova Zelândia».

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