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Israel matou pelo menos 543 palestinianos na Cisjordânia ocupada em oito meses

Tropas e colonos israelitas mataram pelo menos 543 palestinianos na Margem Ocidental desde o início da nova agressão à Faixa de Gaza. Esta terça-feira, foram mortos seis jovens em Kafr Dan.

Forças israelitas nas imediações da cidade de Tulkarem, onde ontem mataram dois palestinianos 
Imagem de arquivo CréditosZain Jaafar / Al Jazeera

As forças de ocupação israelitas mataram seis palestinianos – todos na casa dos 20 anos e um com 32 – esta terça-feira à tarde na aldeia de Kafr Dan, a oeste da cidade de Jenin, no Norte da Cisjordânia.

Um outro ficou ferido, segundo revelou o Ministério palestiniano da Saúde, que confirmou as identidades dos seis assassinados durante o raide.

Em protesto contra a operação das forças sionistas e os assassinatos, foi declarada uma greve geral em Jenin.

Entretanto, já esta madrugada, as forças israelitas levaram a cabo operações em vários pontos dos territórios ocupados, refere a Al Jazeera, incluindo em Shuweika (nas imediações de Tulkarem), em Baqat al-Hatab (perto de Qalqilya) e no campo de refugiados de Balata e aldeia de Burqa (junto a Nablus).

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Conselho de Segurança aprova resolução sobre Gaza

A resolução aprovada esta segunda-feira visa alcançar um cessar-fogo imediato e estabelecer negociações entre as partes, de acordo com um plano apresentado pelos EUA.

Desde 7 de Outubro, as forças israelitas mataram mais de 37 100 palestinianos na Faixa de Gaza CréditosEyad Baba / Al Jazeera

O texto adoptado, com 14 votos a favor e a abstenção da Rússia, avança com uma proposta de cessar-fogo no enclave costeiro palestiniano, assediado por Israel há oito meses, em três fases, e apela a ambas as partes que o implementem na íntegra sem demora e de forma incondicional.

O objectivo seria estabelecer um cessar-fogo inicial, com uma duração de seis semanas, e libertar todos os prisioneiros retidos por ambas as partes, permitir o regresso dos deslocados de Gaza a suas casas, bem como a retirada total das forças israelitas do enclave.

A segunda fase prevê um cessar-fogo permanente, negociado entre as partes, e a terceira inclui um plano plurianual de reconstrução do território de Gaza.

A resolução, indica a Al Jazeera, rejeita qualquer tentativa de alteração territorial ou demográfica de Gaza e reconhece a importância de unificar a Faixa de Gaza cercada e invadida e a Cisjordânia ocupada sob a Autoridade Palestiniana.

Declara ainda o «compromisso inabalável» do Conselho de Segurança em alcançar a solução negociada dos dois estados, em que «dois estados democráticos, Palestina e Israel, vivem lado a lado em paz e com fronteiras reconhecidas».

«Um raio de esperança» e várias incógnitas

A delegação norte-americana, que costuma representar os interesses do Estado de Israel no Conselho, garantiu que Israel aceitou a proposta e pediu ao Hamas que aceitasse os termos da negociação.

A proposta de resolução apresentada pelos EUA foi aprovada no Conselho de Segurança das Nações Unidas com 14 votos a favor e uma abstenção / PL 

No entanto, se a resistência palestiniana foi célere a declarar que encarava o plano de três fases de «forma positiva» e se mostrou disposta a negociar de forma indirecta com vista a chegar a um acordo, vários representantes israelitas insistiram na continuação da guerra e na aniquilação dessa resistência.

O representante da Rússia junto da ONU, Vassily Nebenzia, alertou para certos parâmetros vagos no texto aprovado e considerou preocupante que se aprove um projecto sem conhecer os termos exactos das negociações.

Exigiu ainda uma compreensão clara e a aplicação no terreno do texto, tendo recordado o incumprimento por parte de Israel de resoluções anteriores aprovadas pelo mesmo organismo.

Por seu lado, o embaixador da Argélia, Amar Bendjama, defendeu que a resolução aprovada esta segunda-feira é «um passo para um cessar-fogo imediato e duradouro».

«Este texto não é perfeito, mas constitui um raio de esperança para os palestinianos, já que a alternativa é continuar a matar e sofrer. Votámos a favor deste texto para dar uma oportunidade à diplomacia», disse, citado pela Prensa Latina.

De acordo com dados divulgados pelas autoridades palestinianas esta segunda-feira, desde o início da agressão israelita ao enclave, foram ali mortas 37 124 pessoas (na sua maioria mulheres e crianças); o número de feridos em resultado dos ataques israelitas situa-se nos 84 712.

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Também em Deir Ibzi e Budrus (a oeste de Ramallah), em Beit Fajjar (a sul de Belém) e em Beit Ummar (a norte de al-Khalil/Hebron).

De acordo com a agência Wafa, desde 7 de Outubro, no contexto da «guerra silenciosa» contra a Margem Ocidental ocupada que as autoridades palestinianas acusam Israel de estar a levar a cabo (enquanto o mundo olha para o massacre na Faixa de Gaza), as forças e os colonos israelitas mataram pelo menos 543 palestinianos. Destes, 133 são menores de idade.

Nos últimos oito meses, mais de 5200 palestinianos ficaram feridos e cerca de 9200 foram detidos na Margem Ocidental, indica a mesma fonte.

A escalada de tensão e violência israelita na Cisjordânia aumentou no contexto da mais recente agressão a Gaza – onde prosseguem os ataques israelitas e se continuam a registar mortos e feridos, nomeadamente em Rafah e na Cidade de Gaza.

De acordo com a Wafa, o número de mortos no enclave costeiro em resultado dos ataques israelitas por terra, ar e mar chegou a 37 164 e o de feridos a 84 832.

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