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Número de despedimentos colectivos em 2024 foi o mais elevado desde a pandemia

De acordo com os dados da Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, em 2024 houve um aumento dos despedimentos colectivos de 15,3% face ao ano anterior.

CréditosManuel Araújo / Lusa

O ano de 2024 ficou marcado pelo aumento das dificuldades e das desigualdades e mais um indicador que o comprova são os dados relativos aos despedimentos colectivos que, de acordo com a Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), superaram os números nos três anos anteriores.

Segundo a instituição afecta ao Ministério do Trabalho, registaram-se 497 despedimentos colectivos em 2024, um aumento de 15,3% (mais 66) face a 2023. Deste modo, verificam-se números superiores aos três anos anteriores. Dos quase 500 despedimentos colectivos comunicados pelas empresas no ano passado, 171 foram de microempresas, 220 de pequenas empresas, 58 de médias empresas e 48 de grandes empresas.

Importa relembrar que as micro, pequenas e médias empresas representam 99,9% do tecido empresarial português e associando este facto aos números dos despedimentos, enquadrando com a espiral inflacionista, o aumento dos custos fixos, uma injusta carga fiscal em comparação com as grandes empresas, e a política levada a cabo pelo BCE, encontram-se as razões para os dados da DGERT.

Em todo o ano passado, o número de trabalhadores a despedir totalizou 6085, uma subida de quase 60% (mais 2.266 trabalhadores) face ao período homólogo. Destes cerca de seis mil trabalhadores, 5.758 foram efetivamente despedidos, segundo dados da DGERT. Já o número de trabalhadores abrangidos por despedimentos colectivos está a aumentar desde 2022 e é o valor mais elevado desde 2020, quando foram despedidos 7.513.

Numa segmentação por regiões do país, Lisboa e Vale do Tejo foi, à semelhança dos últimos anos, a região onde se registou o maior número de despedimentos comunicados, totalizando os 259, seguindo-se a região Norte, com 148, o Centro com 73, o Algarve com nove e o Alentejo com oito.

Relativamente aos sectores de actividade, o maior número de despedimento foi no sector das indústrias transformadoras (26%), seguindo-se as actividades administrativas e dos serviços de apoio e do comércio por grosso e a retalho; e reparação de veículos automóveis e motociclos (ambos com 13%).
 

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