A marcha, com o lema « Todos ao Hospital», realizou-se do centro de saúde da Baixa da Banheira até ao Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, onde se concentraram cerca de 1500 pessoas. A acção foi convocada por várias comissões de utentes, organizações sindicais, autarquias locais, associações de doentes e organizações e associações populares. Ouviram-se palavras de ordem dos manifestantes como «A saúde é um direito, sem ela nada feito» ou «Falta pessoal no nosso hospital».
Os organizadores do protesto informam que faltam 55 médicos, 65 enfermeiros, 40 assistentes operacionais e 11 técnicos de diagnóstico no Centro Hospitalar Barreiro Montijo. Acrescentam que esta situação trouxe elevados tempos de espera nas urgências e a perda de valências e sublinham que as contratações feitas recentemente não resolvem as necessidades do centro hospitalar. O pico da gripe agravou a situação, levando a que fossem desviadas ambulâncias do INEM para outros hospitais.
Os manifestantes também informam que nos quatro concelhos servidos pelo centro hospitalar – Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete – estima-se que 76 mil pessoas não tenham médico ou enfermeiros de família, «sendo empurradas para as urgências hospitalares». Denunciam ainda que a falta de cuidados primários e de proximidade agrava esta situação.
A nota enviada pelos organizadores lembra que os cuidados de saúde primários e de proximidade «são um elo de ligação entre os cidadãos e o SNS assumindo, por isso, uma importante função na promoção da saúde e prevenção da doença e na prestação de cuidados e de articulação com os restantes serviços de saúde».
Neste contexto, a marcha realizou-se com o objectivo da defesa do SNS e da contratação de mais profissionais de saúde. Foi ainda apontada como exigência a reposição dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) nos centros de saúde e alargamento do seu horário de funcionamento, a redução dos tempos de espera nas urgências, nas consultas externas e nas cirurgias, e o fim das taxas moderadoras.
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