O Ministério de João Pedro Matos Fernandes, que hoje está de visita à região de Gondomar, anunciou ontem que irá disponibilizar 10 milhões de euros para descontaminar os solos em São Pedro da Cova e remover as mais de 100 mil toneladas de resíduos perigosos, depositados nas minas locais.
Satisfeito, o presidente da Junta de Freguesia, Daniel Vieira, considera que a população «está assim mais perto de uma vitória histórica sem paralelo no nosso país, de remoção de milhares e milhares de toneladas de resíduos tóxicos», provenientes da Siderurgia Nacional, na Maia.
Num comunicado, o Ministério do Ambiente explica ter conseguido a verba «através do Fundo Ambiental, garantindo assim a continuidade dos trabalhos» para a remoção de 105.600 toneladas de resíduos perigosos.
A primeira fase de remoção destes resíduos, 105 mil toneladas, ocorreu entre Outubro de 2014 e Maio de 2015. Desde então, ainda não foi divulgada a quantidade exacta de resíduos perigosos existentes no local onde jazem as ruínas de um complexo mineiro de carvão. De acordo com o prazo indicado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) no final de 2016, o prazo para o apuramento exacto termina no fim deste mês.
População exige compensação por crime ambiental
Firme na luta pela remoção dos resíduos industriais perigosos depositados entre 2001 e 2002 nas antigas minas de carvão de São Pedro da Cova, a população reivindica igualmente uma compensação pelo crime ambiental de que foi vítima.
No passado dia 7 de Fevereiro, a Procuradoria-Geral Distrital do Porto tornou pública a acusação de seis pessoas de crime doloso de poluição comum. No seguimento da decisão, a Junta de Freguesia de São Pedro da Cova, assistente neste processo, pediu em tribunal uma indemnização civil superior a dois milhões de euros aos seis acusados da Urbindústria e de outras empresas que teriam conhecimento da natureza dos resíduos, e à Sociedade Baía do Tejo, que incorporou a Urbindústria.
Daniel Vieira referiu então que era tempo de se fazer justiça perante a população, que «em nada contribuiu para este crime ambiental», e apontava como possibilidade a requalificação do território e do património mineiro de São Pedro da Cova.
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