A Altice anunciou a 14 de Julho, dois anos depois de ter comprado a PT Portugal (MEO), que tinha chegado a acordo com a espanhola Prisa para a compra da Media Capital, dona da TVI, entre outros meios, numa operação avaliada em 440 milhões de euros.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) não conseguiu chegar a consenso sobre o negócio, tendo este sido remetido para a alçada da AdC.
Em comunicado hoje divulgado, o SJ, em conjunto com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV) e o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), manifestou a sua oposição ao negócio.
«[As práticas da Altice] traduzem-se num "esvaziamento consecutivo das empresas" e "descapitalização financeira e de recursos humanos"»
comunicado do SJ, SINTTAV e STT
«Tencionamos dizê-lo, cara a cara, à Autoridade da Concorrência, à qual vamos exigir hoje mesmo uma reunião com carácter de urgência sobre este negócio ruinoso», afirmam os três subscritores do comunicado.
A proposta de compra da dona da TVI «é o negócio mais mal-amado dos últimos anos no nosso País» e «não reúne o consenso nem dos empresários do sector, nem dos reguladores e muito menos dos trabalhadores. É um negócio que antes de ser já não é», afirmam.
Criticando que «o poder político tem calado o incómodo», os três sindicatos apontam que as práticas da Altice, que em Junho de 2015 comprou a PT Portugal (MEO), traduzem-se num «esvaziamento consecutivo das empresas» e «descapitalização financeira e de recursos humanos», o que corresponde ao «retrato de uma empresa vampira».
Manifestando preocupação com a «pluralidade e a democracia», que consideram estar «em risco», bem como os postos de trabalho, os sindicatos prometem não ficar de braços cruzados.
SJ contra a intenção de despedimentos no grupo Impresa
Num comunicado, o SJ também informa que manifestou a sua oposição «através de carta endereçada a Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa, e a Francisco Pedro Balsemão, presidente da Comissão Executiva, à intenção de despedimento que foi transmitida a uma dezena de fotojornalistas».
A estrutura sindical recorda que, «nas reuniões que este sindicato manteve com a administração do grupo a que presidem, foi manifesto o compromisso de que evitariam despedimentos e que tudo fariam para que os postos de trabalho envolvidos na transmissão de estabelecimento fossem mantidos», adianta.
A estrutura sindical, que «irá bater-se pelos direitos de todos os trabalhadores envolvidos, entre os quais há, inclusive, delegados sindicais», pediu ainda esclarecimentos urgentes «sobre este lamentável processo e ainda sobre as rescisões propostas aos jornalistas do Expresso».
Esta terça-feira, a Impresa anunciou que os trabalhadores das revistas vão transitar para o novo grupo editorial, depois da proposta de Luís Delgado para comprar estes títulos, mas salientando que o processo pode não envolver a totalidade dos funcionários.
«O grupo Impresa aceitou, a 6 de Novembro, negociar com Luís Delgado, com carácter de exclusividade, a alienação das suas publicações Activa, Caras, Caras Decoração, Courrier Internacional, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Telenovelas, TvMais, Visão, Visão História e Visão Júnior», referiu o grupo.
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