Peritos da DGS põem em causa universalidade de vacinas

As vacinas contra o papiloma nos rapazes, a meningite B e a gastroenterite custam cerca de 600 euros. Não são muitos os pais que as podem comprar.

O recente surto de sarampo motivou o debate sobre vacinação, esta tarde, na Assembleia da República
CréditosCarlos Edgar / procuromaissaude.com

A Comissão Técnica de Vacinação da Direção-Geral da Saúde não vai dar apoio científico à decisão da Assembleia da República de incluir três novas vacinas no Programa Nacional de Vacinação (PNV). Os peritos não vêem vantagens na proteção universal contra o papiloma nos rapazes, a meningite B e a gastroenterite, segundo o Expresso.

A inclusão das vacinas contra a meningite B e o rotavírus, e o alargamento da vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) aos rapazes constam do Orçamento do Estado para 2019, na sequência de uma proposta apresentada pelo PCP.

A integração destas vacinas no PNV permite a sua disponibilização, sem custos, para todas as crianças. Actualmente, os pais que optem pela compra das três podem ter de gastar mais de 600 euros e não são muitos os que o podem fazer.

A medida correspondeu às recomendações da Comissão de Vacinas da Sociedade de Infecciologia Pediátrica e da Sociedade Portuguesa de Pediatria, publicadas em Janeiro de 2018 e que vão no sentido da universalização das três vacinas.

Aliás, vários pediatras defendem a inclusão da vacina da meningite B no PNV, considerando que, depois do êxito da vacinação contra a doença invasiva meningocócica do grupo C (MenC), já incluída no PNV, o grupo B passou a ser predominante e é actualmente responsável por mais de 70% dos casos de doença meningocócica em Portugal.

De resto, a 11 de Outubro, a directora-geral da Saúde afirmou que a inclusão da vacina contra a meningite B no Programa Nacional de Vacinação estava a ser estudada, não por dúvidas quanto à sua eficácia mas exclusivamente pelo impacto financeiro da medida: «no plano individual, a vacina é óptima e dá protecção às crianças», dizia Graça Freitas.

Recorde-se que já com o medicamento para a hepatite C, com taxas de cura na ordem dos 90%, a sua disponibilização pelo Serviço Nacional de Saúde foi adiada ao longo de anos por restrições orçamentais.

A banca portuguesa, e o Novo Banco em particular, não se têm queixado da falta de dinheiro público!

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