Enfermeiros do Algarve em greve pelo cumprimento da palavra dada

A greve foi convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) pelo cumprimento dos acordos assinados com a Administração Regional de Saúde (ARS) e o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) para permitir o descongelamento das carreiras.

O coordenador do sindicato na região, Nuno Manjua, acusa estes organismos e o Ministério da Saúde de protelarem a aplicação da medida.

«No hospital de Faro, dados recolhidos até ao momento apontam para uma adesão de 70%, no hospital de Portimão de 71%, e no Centro de Medicina e Reabilitação do Sul de 100%», revelou o dirigente à Lusa, ao final da manhã.

A região, acrescentou, tem igualmente vários «centros de saúde também com adesão de 100%, como São Brás de Alportel e Almancil», o mesmo valor que o sindicato diz estar a ser atingido nos serviços de urgência básica de Albufeira e Loulé ou em unidades de saúde familiar como Monchique e os cuidados paliativos de Tavira.

Os dados da adesão recolhidos pelo sindicato mostram que há um «claro descontentamento» da classe profissional com o incumprimento dos acordos assinados com a ARS e o CHUA para a progressão nas carreiras e que «aquilo que os enfermeiros querem é que cumpram aquilo com que se comprometeram», sublinhou o dirigente.

«Temos aqui uma representação de enfermeiros de todo o Algarve, fizemos uma concentração à porta do Hospital de Faro e estamos neste momento a caminhar em direcção à ARS do Algarve», afirmou Nuno Manjua, referindo-se a uma marcha que os enfermeiros decidiram fazer para mostrar o seu descontentamento.

O sindicalista recordou que, na quinta-feira, uma representação dos enfermeiros algarvios esteve com a ministra da Saúde no Centro de Saúde de Albufeira e questionou Marta Temido sobre «como era possível que os órgãos por ela nomeados se tenham comprometido com os enfermeiros por escrito e agora não estejam a cumprir».