Quantas lasanhas custa a segurança dos trabalhadores do Lidl?

«Traga o seu ordenado para o Santander e receba cupões na App Lidl Plus». E isso vale quanto? «133 lasanhas do Lidl; 200 cremes Cien» ou centenas de iogurtes de Stracciatella. Perante um recente comunicado do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), a questão que se impõe é: quantos destes produtos custaria à empresa para assegurar a segurança no entreposto do Linhó, em Sintra.

Os trabalhadores deste entreposto «enfrentam diariamente riscos à saúde e segurança», denuncia o sindicato, que considera indispensável que o Lidl tome medidas urgentes «para tornar este entreposto mais seguro» para as dezenas de trabalhadores que lá exercem funções, assegurando o funcionamento de outras tantas lojas.

Segundo o CESP, o «tecto deixa entrar a água da chuva entre o Cais 20 e o Cais 1, que se acumula no pavimento onde circulam máquinas». O sindicato exige a «reparação imediata do tecto e a sua limpeza periódica». Outros problemas identificados incluem a queda de objectos no trajecto das máquinas pesadas e a utilização de máquinas elevatórias por operadores sem a formação adequada.

O Lidl deve «fornecer equipamentos de protecção adequados à temperatura no interior do local de trabalho, nomeadamente casacos para todos os trabalhadores» e a «protecção técnica e individual para o trabalho com vidros e espelhos partidos» dos trabalhadores da secção Área Recuperação. 

O comunicado do CESP, a que o AbrilAbril teve acesso, refere ainda a necessidade de eliminar ou reduzir o ruído «produzido pelas máquinas compactadoras de cartão no interior do entreposto» do Linhó, «evitando efeitos nocivos para os trabalhadores», assim como o perigo colocado pelos produtos inflamáveis deitados no lixo comum.

Há, afinal, algum produto que valha mais do que a segurança ou a vida de um trabalhador do Lidl?