|CENA-STE

Trabalhadores da cultura convocam greve para o dia 20 de Novembro

O pré-aviso de greve foi emitido pelo CENA-STE, de forma a «garantir a possibilidade de participação de todos os trabalhadores do sector» da cultura na Manifestação Nacional convocada pela CGTP-IN.

Trabalhadores da cultura, convocados pelo Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE), realizaram em frente à Assembleia da República a concentração «Nem Parados Nem Calados, para uma Cultura com Futuro, Por um Futuro com Cultura», em Lisboa, a 9 de Novembro de 2020. O protesto pretende chamar a atenção para a difícil situação em que vivem os profissionais da área devido à pandemia em curso
CréditosAntónio Cotrim / LUSA

A greve, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN) é referente a «todo o trabalho, em todos os turnos, em território nacional», informa o comunicado desta estrutura sindical.

«Todos os trabalhadores do sector dos espetáculos e do audiovisual» são abrangidos, «independentemente da sua filiação sindical, das funções que desempenham e do seu vínculo» laboral, assumindo a forma de paralisação total, sem serviços mínimos, não existindo nenhuma função de «natureza urgente e essencial durante o período de greve».

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Trabalhadores da Cultura reivindicam mais orçamento

O CENA-STE critica o facto de a proposta de Orçamento do Estado para 2022 estar longe do 1% reclamado, salientando que também os baixos salários e a precariedade ameaçam a fruição e criação cultural.  

CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

Ao mesmo tempo que constata o desfasamento relativamente ao objectivo, «que seria de facto transformador», de 1% do Orçamento do Estado (OE) para a Cultura, «sem subterfúgios nem cativações», o Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN) denuncia, através de comunicado, que dos cerca de 20 milhões de euros anunciados no OE do ano passado de apoio directo à produção cultural, apenas foram executados 12 milhões.

O sindicato admite que «não existe intenção séria por parte do Governo em apoiar de forma consistente a produção artística nacional» e frisa a necessidade de se implementarem as verbas anunciadas, de forma a tornar possível o combate aos vínculos precários e ilegais, o financiamento adequado das estruturas artísticas e a instituição da obrigatoriedade contratual em todos os projectos com subvenções públicas.

Na proposta do Governo para 2022, a Cultura mantém um peso residual no quadro das áreas governativas, não valendo mais do que 0,25% do Orçamento. A estrutura sindical admite, no entanto, que as consequências do OE para a Cultura «não vêm só» do financiamento do Ministério da Cultura.

«Medidas como o aumento do salário mínimo e o combate generalizado à precariedade têm como consequência maior capacidade de acesso à fruição e criação cultural», refere, salientando que, actualmente, os trabalhadores «estão distantes desses direitos, fruto das suas condições de vida e do empobrecimento».

Também a merecer crítica está o facto de as medidas e apoios de emergência do último ano e meio não terem chegado «à grande maioria» dos trabalhadores do sector e precisarem de uma avaliação urgente. «Há medidas que têm de ser mantidas ou retomadas, como é o caso das moratórias e dos apoios extraordinários aos trabalhadores independentes», alerta o CENA-STE.

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A manifestação nacional foi anunciada pela CGTP-IN em Outubro, no dia anterior ao chumbo do Orçamento de Estado, proposto pelo PS, para 2022. Em comunicado, o conselho nacional da CGTP-IN mostrou-se confiante que este «será um momento de grande importância, em que os trabalhadores de todos os sectores de actividade trarão à rua as suas reivindicações concretas».

Em causa está a «luta pela melhoria das condições de vida e de trabalho», assim como a exigência da «valorização do trabalho e dos trabalhadores e uma política que garanta um futuro melhor num país desenvolvido que dignifique quem trabalha e produz a riqueza».

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