Em momento oportuno, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN) alertou que «o domínio do capital estrangeiro, nesta empresa estratégica, não serviria para beneficiar o País nem os trabalhadores». As recentes declarações da nova administração privada da Efacec (o grupo alemão Mutares), comprovam a actualidade das advertências dos trabalhadores e os seus sindicatos.
Numa videoconferência realizada na passada quinta-feira, a empresa informou os trabalhadores, em inglês, de que o plano de reestruturação em marcha implicava o abandono de sectores da Efacec que não sejam rentáveis para os novos patrões e, potencialmente, um processo de despedimento colectivo abrangendo dezenas de trabalhadores.
O foco principal da Efacec passará agora pela mobilidade eléctrica, automação e transformadores, deixando de produzir em áreas como as baterias. Cai por terra a narrativa do PS (na voz da antiga ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, em 2020) de que esta privatização permitiria «viabilizar a continuidade da empresa, garantindo a estabilidade do seu valor financeiro e operacional e permitindo a salvaguarda dos cerca de 2500 postos de trabalho»: nem um coisa, nem outra.
SITE Norte: trabalhadores não devem assinar qualquer documento que os venha a comprometer
«O plano para o despedimento colectivo já era conhecido desde que chegaram ao fim as mal ditas "rescisões amigáveis". A intenção de despedimento colectivo, provavelmente, vai ter como primeiro alvo os trabalhadores que não aceitaram alienar o seu posto de trabalho pela via dessas "rescisões amigáveis"», afirma o SITE Norte, em comunicado enviado ao AbrilAbril.
Os trabalhadores da Efacec, pressionados por esta nova ofensiva, devem tomar todas as providências para se protegerem, recusando-se a assinar qualquer documento sem informar antecipadamente o sindicato: o SITE Norte assegura a capacidade de dar apoio aos trabalhadores que o requererem. «A principal preocupação dos fundos de investimento são os números e a folha de Excel», não é, nem nunca será, uma preocupação altruísta com a vida de quem lhes cria, todos os dias, a riqueza.
Para fazer face a este anunciado processo de despedimento colectico, o sindicato apela à unidade dos trabalhadores em defesa dos postos de trabalho ameaçados, sejam, ou não, visados. Só assim será possível defender todos os trabalhadores assim como «a afirmação e consolidação de uma empresa que é crucial para o desenvolvimento da nossa região e do País: a Efacec.
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