|Iraque

Grupos da resistência iraquiana querem forçar a saída das tropas dos EUA

O movimento Kata'ib Hezbollah, que faz parte das Unidades de Mobilização Popular, sublinhou que os militares norte-americanos têm de sair do Iraque e alertou para as operações de falsa bandeira.

Coluna militar das Unidades de Mobilização Popular iraquianas (Hashd al-Shaabi, em árabe), que têm combatido o Daesh, tanto no Iraque como na Síria, ao lado do Exército Árabe Sírio 
Créditos / PressTV

O movimento da resistência antiterrorista e anti-imperialista, que integra as Unidades de Mobilização Popular (UMP), também conhecidas pela designação árabe Hashd al-Shaabi, anunciou na quinta-feira, em comunicado, que se irá opor com firmeza ao domínio das potências coloniais sobre os recursos naturais do país árabe.

O texto, refere a PressTV, destaca a disposição do Kata'ib Hezbollah para continuar a levar a cabo as suas funções, independentemente das pressões e desafios com que se possa deparar.

«Todos os grupos da resistência se tornaram um espinho para o inimigo americano. Estamos inteiramente preparados para, mais uma vez, expulsar as forças dos EUA para fora do Iraque, com humilhação», lê-se também no texto, citado pela fonte.

«Missões diplomáticas não são um alvo»

Jafar al-Hussaini, representante do Kata'ib Hezbollah, disse que os movimentos da resistência no Iraque não atacariam missões diplomáticas no país, e descreveu os ataques à Embaixada dos Estados Unidos na zona «fortificada» de Bagdade como operações de falsa bandeira, tendo como objectivo enganar os iraquianos.

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EUA bombardeiam combatentes iraquianos anti-Daesh na Síria

O presidente norte-americano decretou os ataques aéreos perpetrados esta sexta-feira contra instalações pertencentes a grupos da resistência antiterrorista na fronteira entre o Iraque e a Síria.

A «coligação internacional» liderada pelos EUA tem sido sistematicamente acusada de massacrar a população civil na Síria
As forças militares dos EUA continuam a violar a soberania da Síria Créditos / Sputnik News

O porta-voz do Pentágono, John F. Kirby, disse à imprensa que Biden decretou os ataques aéreos que hoje de madrugada terão destruído várias instalações num controlo de fronteira utilizado pelos combatentes das Unidades de Mobilização Popular iraquianas (Hashd al-Sha'abi, em árabe), incluindo membros das milícias Kata'ib Hezbollah e Kata'ib Sayyid al-Shuhada. O número de vítimas mortais e de feridos varia consoante as fontes.

Kirby afirmou que os ataques foram realizados em resposta a ataques recentes contra tropas norte-americanas e aliadas no Iraque. No último ano, aumentou o número de ataques, na maior parte dos casos sem grande impacto, contra alvos dos EUA no Iraque, sobretudo depois de o Parlamento iraquiano ter aprovado uma lei a exigir a saída das tropas estrangeiras do país.

As tropas norte-americanas têm atacado o grupo de resistência antiterrorista Kata'ib Hezbollah desde 2019, tanto no Iraque como na Síria, onde, integrado nas Unidades de Mobilização Popular (UMP), coopera com o Exército Árabe Sírio no combate a elementos dispersos do Daesh, que operam na vasta região desértica de al-Badya.

A 3 de Janeiro do ano passado, o general iraniano Qassem Soleimani, o subcomandante das UMP Abu Mahdi al-Muhandes e vários combatentes perderam a vida, junto ao aeroporto de Bagdade, num ataque ordenado pelo ex-presidente Donald Trump.

As UMP iraquianas – apresentadas pela imprensa ocidental como milícias pró-iranianas – estão integradas nas forças regulares do Iraque e destacadas ao longo da fronteira com a Síria, onde ajudam a combater os terroristas do Daesh.

Condenação da Rússia

O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros condenou o ataque norte-americano na fronteira sírio-iraquiana, sublinhando que se trata de uma «violação inaceitável do direito internacional», refere a SANA, citando a agência russa Novosti.


Por seu lado, o primeiro vice-presidente da Comissão de Assuntos Externos do Conselho da Federação Russa, Vladimir Dzhabarov, condenou a acção norte-americana, destacando que «é ilegal e constitui um ataque ao território de um Estado soberano», a Síria.

A agressão à Síria «é grave e poderá conduzir a uma escalada da situação em toda a região», disse o funcionário russo, advertindo que pode levar a «um conflito enorme».

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«As instalações diplomáticas no Iraque não estão na lista de alvos das forças da resistência. Os ataques à Embaixada dos EUA em Bagdade visam criar desequilíbrios e enganar o povo iraquiano», disse Hussaini à cadeia libanesa de TV al-Mayadeen, esta quinta-feira.

Acrescentou que «os responsáveis pelos ataques à embaixada seguem interesses destrutivos» e que «as suas filiações são suspeitas».

Khazali: os EUA não querem sair do Iraque

Qais al-Khazali, líder do movimento Asa'ib Ahl al-Haq, disse que os Estados Unidos não fazem tenções de retirar as suas forças do Iraque, tendo sublinhado que o custo da sua permanência no país será elevado.

«Os voos norte-americanos no país têm objectivos de espionagem. As negociações entre Bagdade e Washington não terão como resultado a retirada das tropas norte-americanas do Iraque. Trata-se apenas de um jogo de enganos», acrescentou.

Khazali qualificou as negociações do governo iraquiano com os Estados Unidos, bem como o acordo que supostamente põe fim às missões de combate norte-americanas no Iraque no final deste ano, como «enganadoras» e «falsas».

Entre os aspectos criticados está o facto de o acordo não afirmar explicitamente a retirada das forças dos EUA do Iraque e não se referir às violações do espaço aéreo pela aviação militar norte-americana.

«Os voos sobre território iraquiano estão a ser realizados para espiar os grupos da resistência. A nossa exigência no que respeita à saída das tropas estrangeiras é legítima», disse Khazali, citado pela PressTV.

Diplomacia em Washington com o clima anti-EUA a crescer no Iraque

Na segunda-feira passada, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Iraque, Mustafa al-Kadhimi, chegaram a um acordo sobre o fim da presença formal da missão de combate dos Estados Unidos no país árabe, que deverá ocorrer no fim de 2021, mais de 18 anos depois de as tropas dos EUA terem sido enviadas para o Iraque.

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Uma multidão nas ruas de Bagdade exige a saída das tropas norte-americanas

Milhões de pessoas juntaram-se na capital iraquiana para denunciar a presença militar dos EUA no país. A mobilização é vista como a segunda grande marcha na história do Iraque contra a ocupação estrangeira.

Uma multidão exigiu a retirada total do Iraque das forças militares norte-americanas
Créditos / Iraq & Middle East Updates

Iraquianos de «todas as províncias» juntaram-se em Bagdade esta sexta-feira, indica a PressTV, referindo-se à informação divulgada pela cadeia iraquiana al-Ahd. Os manifestantes exibiram cartazes e gritaram palavras de ordem contra Isreal e os EUA, e a exigir a expulsão das forças militares norte-americanas.

Sobre o número de participantes na marcha, o comandante da Polícia Federal iraquiana, Jafar al-Batat, afirmou que havia «mais de um milhão de pessoas a manifestar-se nas ruas de Bagdade». Por seu lado, o portal Iraq & Middle East Updates afirmou que a marcha tinha «mais de oito quilómetros de ruas cheias de gente» e referiu-se a «milhões de iraquianos que exigem a retirada total das forças norte-americanas do Iraque».

A mobilização desta sexta-feira surge na sequência do apelo feito na semana passada pelo clérigo xiita Moqtada al-Sadr para que os seus compatriotas realizassem uma «marcha de um milhão, forte, pacífica e unida, para condenar a presença americana e as suas violações».

Dirigindo-se aos iraquianos esta quinta-feira, al-Sadr pediu-lhes que defendam «a soberania e a independência do país», e que expulsem «os tiranos», refere a PressTV.

Recorde-se que o Parlamento iraquiano votou a favor de uma resolução em que se exige a retirada do país árabe das tropas norte-americanas e das demais forças por elas comandadas, no passado dia 5 de Janeiro, dois dias depois de Washington ter assassinado, nas imediações do aeroporto de Bagdade, o general Qassem Soleimani, comandante da Força Quds dos Guardiães da Revolução Islâmica iraniana, e Abu Mahdi al-Muhandis, subcomandante das Unidades de Mobilização Popular iraquianas (UMP; Hashd al-Shaabi, em árabe).

«Hora zero no confronto com os EUA»

Em declarações ao canal de TV libanês Al-Mayadeen, Jaafar al-Husseini, porta-voz do grupo de resistência Kata'ib Hezbollah (que integra as UMP), disse que serão usados «outros meios» contra as tropas norte-americanas se estas não saírem do país.


Por seu lado, Firas al-Yasser, membro da comissão política do movimento Harakat Hezbollah al-Nujaba, disse numa entrevista à agência iraniana Tasnim que as mobilizações de hoje marcam «um novo capítulo» nas relações do Iraque com os EUA. «Acreditamos que chegámos à hora zero no confronto com os EUA», afirmou.

Qais al-Khazali, líder do Asa'ib Ahl al-Haq, organização da resistência que também integra as UMP, referiu-se às manifestações de hoje como uma «segunda revolução», um século depois da Grande Revolução Iraquiana de 1920. Então, os iraquianos levaram a cabo enormes marchas contra a ocupação estrangeira, exigindo que os ocupantes britânicos saíssem do país.

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O acordo prevê que as forças norte-americanas continuem a operar no Iraque no âmbito daquilo que foi classificado como «papel de aconselhamento».

O sentimento anti-EUA cresceu bastante no Iraque na sequência do assassinato, em Bagdade, a 3 de Janeiro de 2020, de Abu Mahdi al-Muhandis, subcomandante das Unidades de Mobilização Popular iraquianas, juntamente com uma figura de proa na luta antiterrorista e anti-imperialista em todo o Médio Oriente, o general iraniano Qassem Soleimani.

Foram mortos, com outros companheiros, perto ao Aeroporto Internacional de Bagdade, num ataque com drones autorizado pelo então presidente norte-americano Donald Trump.

Dois dias depois, a 5 de Janeiro de 2020, o Parlamento iraquiano aprovou uma resolução a exigir ao governo que pusesse fim à presença no país de todas as forças militares estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos da América.

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