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«Maior deslocação populacional desde 1967» na Cisjordânia, alerta a Unrwa

A agência da ONU para os refugiados palestinianos estima que, na Margem Ocidental ocupada, pelo menos 40 mil pessoas tenham sido obrigadas a fugir, na grande maioria provenientes de campos de refugiados.

Forças sionistas de ocupação em Jenin, no Norte da Cisjordânia, em Março de 2025 Créditos / PressTV

Num relatório publicado este domingo, a Unrwa afirmou que a operação em larga escala das forças israelitas no Norte da Cisjordânia ocupada provocou «a maior deslocação populacional» desde a guerra de 1967.

«A operação em grande escala das forças israelitas, que começou no campo de Jenin e noutras áreas do Norte da Cisjordânia a 21 de Janeiro de 2025, está em curso, tornando-se de longe a mais longa operação das forças israelitas na Margem Ocidental desde a segunda intifada, no início dos anos 2000», lê-se no texto.

A agência das Nações Unidas alertou que algumas declarações da parte da ocupação sugerem que a operação irá continuar no futuro próximo e impedir os palestinianos de regressarem aos campos de refugiados na Cisjordânia.

«Condições coercivas, ameaças de demolição e ordens de evacuação levaram a mais deslocações destes campos já quase vazios», afirmou a Unrwa, referindo-se aos campos de refugiados de Jenin, Nur Shams e Tulkarem, acrescentando que «as forças israelitas continuaram a utilizar tácticas militarizadas e armamento avançado, incluindo tanques».

Agressão a Tulkarem há 43 dias consecutivos

Esta segunda-feira, o ataque das forças de ocupação a Tulkarem e aos seus campos de refugiados entrou no 43.º dia consecutivo, e ao campo de Nur Shams no trigésimo, recordou a agência Wafa.

O cerco e os raides, com recurso a fogo real e a granadas atordoantes, ocorrem quando as forças israelitas reforçam os seus meios militares na região e espalham unidades de infantaria pelos bairros, precisou a fonte.

Também dá conta de invasões a lojas comerciais, com a destruição e a vandalização do que está lá dentro, da destruição generalizada de infra-estruturas e da demolição parcial ou total e do saque de casas particulares – enquanto outras são transformadas em postos militares avançados.

Mais de 760 palestinianos detidos na Cisjordânia em Fevereiro

De acordo com um relatório publicado por instituições palestinianas de apoio aos presos, a que a Wafa faz referência, as forças de ocupação prenderam 762 palestinianos no mês passado, incluindo 90 menores.

O maior número de detenções ocorreu em Jenin e no seu campo de refugiados, onde há registo de cerca de 300 detidos desde o começo da agressão sionista, a 21 de Janeiro último. Em Tulkarem, nos últimos 43 dias, foram presos aproximadamente 200 palestinianos.

Desde 7 de Outubro de 2023, 15 640 palestinianos foram detidos na Margem Ocidental ocupada. Em relação à Faixa de Gaza, não há registos porque, refere a Wafa, «as autoridades israelitas implementaram uma política de desaparecimento forçado dos detidos».

Neste mesmo período, as forças de ocupação mataram pelo menos 930 palestinianos na Cisjordânia e deixaram ali feridos cerca de 7000.

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