Num relatório publicado este domingo, a Unrwa afirmou que a operação em larga escala das forças israelitas no Norte da Cisjordânia ocupada provocou «a maior deslocação populacional» desde a guerra de 1967.
«A operação em grande escala das forças israelitas, que começou no campo de Jenin e noutras áreas do Norte da Cisjordânia a 21 de Janeiro de 2025, está em curso, tornando-se de longe a mais longa operação das forças israelitas na Margem Ocidental desde a segunda intifada, no início dos anos 2000», lê-se no texto.
A agência das Nações Unidas alertou que algumas declarações da parte da ocupação sugerem que a operação irá continuar no futuro próximo e impedir os palestinianos de regressarem aos campos de refugiados na Cisjordânia.
«Condições coercivas, ameaças de demolição e ordens de evacuação levaram a mais deslocações destes campos já quase vazios», afirmou a Unrwa, referindo-se aos campos de refugiados de Jenin, Nur Shams e Tulkarem, acrescentando que «as forças israelitas continuaram a utilizar tácticas militarizadas e armamento avançado, incluindo tanques».
Agressão a Tulkarem há 43 dias consecutivos
Esta segunda-feira, o ataque das forças de ocupação a Tulkarem e aos seus campos de refugiados entrou no 43.º dia consecutivo, e ao campo de Nur Shams no trigésimo, recordou a agência Wafa.
O cerco e os raides, com recurso a fogo real e a granadas atordoantes, ocorrem quando as forças israelitas reforçam os seus meios militares na região e espalham unidades de infantaria pelos bairros, precisou a fonte.
Também dá conta de invasões a lojas comerciais, com a destruição e a vandalização do que está lá dentro, da destruição generalizada de infra-estruturas e da demolição parcial ou total e do saque de casas particulares – enquanto outras são transformadas em postos militares avançados.
Mais de 760 palestinianos detidos na Cisjordânia em Fevereiro
De acordo com um relatório publicado por instituições palestinianas de apoio aos presos, a que a Wafa faz referência, as forças de ocupação prenderam 762 palestinianos no mês passado, incluindo 90 menores.
O maior número de detenções ocorreu em Jenin e no seu campo de refugiados, onde há registo de cerca de 300 detidos desde o começo da agressão sionista, a 21 de Janeiro último. Em Tulkarem, nos últimos 43 dias, foram presos aproximadamente 200 palestinianos.
Desde 7 de Outubro de 2023, 15 640 palestinianos foram detidos na Margem Ocidental ocupada. Em relação à Faixa de Gaza, não há registos porque, refere a Wafa, «as autoridades israelitas implementaram uma política de desaparecimento forçado dos detidos».
Neste mesmo período, as forças de ocupação mataram pelo menos 930 palestinianos na Cisjordânia e deixaram ali feridos cerca de 7000.
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