No sábado, as ditas forças de segurança do novo regime com sede em Damasco – lideradas por membros da Hayat Tahrir as-Sham (HTS, a Al-Qaeda na Síria) – levaram a cabo dezenas de massacres e centenas de execuções sumárias na região costeira da Síria, onde tem grande preponderância a minoria alauita, revelou o portal The Cradle.
Já este domingo, a mesma fonte – que, como a PressTV, a Al Mayadeen e outros, faz fé no chamado Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres – revelou que, «nos últimos dias, as forças de segurança no novo governo sírio levaram a cabo massacres brutais de civis, sobretudo da minoria alauita».
«Pelo menos 830 civis alauitas foram executados desde sexta-feira. Dezenas de milhares foram deslocados e os massacres continuam», indicou a fonte, acrescentando que «estimativas não oficiais apontam que o número de mortos pode ser de milhares».
Muitos dos civis executados pelas facções terroristas – ao serviço de um governo que tem porta franqueada nos mais diversos palcos e que a «todos» tem recebido – foram-no em suas casas, nas ruas ou nos campos.
Fontes locais que falaram com The Cradle a partir de Baniyas (província de Tartus) disseram que os homens armados iam de casa em casa à procura de alauitas. «Se a família era alauita, matavam-nos todos», refere a fonte, precisando que os assassinos confiscavam os telemóveis dos residentes para que não gravassem vídeos.
No entanto, muitas execuções foram gravadas pelos próprios membros das «forças de segurança» (nalguns casos com episódios de tortura e humilhação associados) e circulam nas redes sociais.
Já um correspondente da Al Mayadeen disse que «os habitantes não se atrevem a sair de casa devido aos massacres cometidos por militantes do Turquestão [Ásia Central], da Chechénia e da Síria».
Recorde-se que os ataques à minoria alauita (e outras) têm sido sistemáticos desde que os terroristas, com o apoio do Ocidente, derrubaram o governo de Bashar al-Assad e assumiram o poder.
Confrontos com células do Exército Árabe Sírio
Segundo referem The Cradle, PressTV e Al Mayadeen, os massacres de civis alauitas nos últimos dias são subsequentes a emboscadas – realizadas por células formadas pelo que julga serem membros do Exército Árabe Sírio – a elementos das novas «forças de segurança».
Seguiram-se intensos confrontos armados e o novo governo com sede em Damasco – obscurantista, do agrado de EUA, UE, França, Reino Unido, Turquia, Israel e monarquias árabes reaccionárias, e com o qual a ONU e o mundo BRICS mantêm um trato afável – mobilizou «reforços para serem enviados para a região costeira de Latakia e Tartus para uma ampla operação de segurança».
Pelo menos 125 militantes jihadistas da HTS («forças de segurança») e 148 membros de células que resistem aos «gangues de Jolani» morreram nos confrontos.
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