Esta quinta-feira, registaram-se violentos confrontos na província de Tartus entre aquilo que poderão ser focos de resistência do Exército Árabe Sírio (EAS) e membros do grupo extremista HTS – a al-Qaeda na Síria, uma das faces do «terrorismo corta-cabeças», cujos dirigentes agora «vestem de fato» e controlam a maior parte do país levantino –, horas depois de pelo menos 14 terroristas terem sido mortos numa emboscada (ou combates) na província costeira referida.
Vídeos dos combates desta quinta-feira foram lançados nas redes sociais, bem como de alegados elementos da 25.ª Divisão do EAS na região montanhosa da província de Latakia.
Neste contexto, refere The Cradle, o governo interino sírio – do Jolani cuja captura valia dez milhões de dólares para Washington, mas agora nada, já que é um «amigo» do eixo turco-árabe-europeu-gringo-sionista – anunciou que iria confiscar as armas de antigos soldados do EAS na província de Damasco Rural.
Uma fonte local, a que The Cradle faz referência, disse que a Administração das Operações Militares da HTS lançou uma operação de segurança para confiscar armas do EAS e prender «aqueles que incitam» a sedição.
A morte de 14 militantes extremistas e outros três homens armados numa emboscada (ou em combates) em Tartus na noite de 25 de Dezembro foi confirmada, ontem, por um membro do governo sírio a gosto de EUA e Israel.
Grandes protestos de alauitas em vários pontos do país
Esta quinta-feira, foram também divulgados nas redes sociais vídeos e imagens de cristãos e alauitas a serem acossados, maltratados, torturados ou mortos por elementos extremistas, depois dos grandes protestos nas ruas que tiveram lugar na quarta-feira em províncias como Latakia, Tartus, Homs ou Hama.
Segundo refere The Cradle e a PressTV, os protestos seguiram-se à divulgação de um vídeo que mostrava um local sagrado da minoria muçulmana em Alepo a ser queimado por militantes extremistas, num ataque em que terão sido mortas várias pessoas no local.
De acordo com algumas fontes, o vídeo (não datado) é actual, enquanto outras referem que se trata de um ataque durante a ofensiva terrorista – com apoio norte-americano, europeu, turco e sionista – que teve início no mês passado e que levaria ao colapso do governo liderado por Bashar al-Assad.
Os protestos também estão relacionados com o assassinato de cinco juízes alauitas na província de Hama, no dia 24 de Dezembro, bem como com a grande pressão e violência a que tem sido submetida essa minoria muçulmana.
Os cristãos sírios também têm protestado nas ruas nos últimos dias, nomeadamente em Damasco, depois de uma árvore de Natal ter sido queimada pelos salafistas na província de Hama.
Os terroristas do Daesh e da HTS, que o universo NATO agora promoveu a «nossos bons rapazes», repetem proclamações «inclusivas», na nova Síria sem Bashar, boas para mulheres, seitas e credos.
Entretanto, há recolher obrigatório imposto em várias cidades pelas «novas autoridades» do país e sucedem-se nas redes sociais as imagens de espancamentos, torturas e execuções sumárias levadas a cabo pelos gangues de Jolani.
O contexto permanece fluído, instável e volátil num país retalhado, onde EUA, Israel e os seus aliados ocidentais e na região há muito promovem o terrorismo e o sectarismo.
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