Marco Andrade, secretário-geral da Confederação Nacional de Unidade Sindical Independente (Conusi), afirmou esta quinta-feira que os representantes do movimento popular foram convidados a participar numa reunião da comissão parlamentar de Saúde, e que esta não teve em conta as propostas de alteração à iniciativa apresentada pelo governo, facto que definiu como «falta de respeito».
Por seu lado, o secretário-geral do Sindicato Único Nacional dos Trabalhadores da Indústria da Construção e Similares (Suntracs), Saúl Méndez, sublinhou que não há alternativa à greve e às mobilizações para derrotar o denominado projecto de Lei 163.
«Este assunto não está nas mãos de vocês os nove (membros da comissão), dos 71 deputados da Assembleia Nacional, ou do presidente José Raúl Mulino», disse Méndez, acrescentando que os trabalhadores vão defender o seu direito a opinar sobre as suas próprias pensões.
Para o dirigente sindical, refere a Prensa Latina, o projecto que o executivo panamenho dinamiza visa entregar os fundos da Caixa de Seguro Social aos bancos e às administradoras de pensões, algo que cataloga como «inadmissível».
«Fizemos propostas, mantivemos reuniões com os deputados, apresentámos de forma escrita os nossos argumentos e não nos ouvem; então vamos para as ruas, a ver se recuam», disse Saúl Méndez, indicando que é falso que haja «um consenso».
Contra a privatização da segurança social e a ingerência dos EUA
No passado dia 28, diversos dirigentes das organizações sindicais e sociais que integram a aliança Pueblo Unido por la Vida já tinham anunciado, em conferência de imprensa, acções de protesto contra o projecto de lei 163, promovido pelo governo, e denunciaram que a iniciativa estava a ser imposta sem ter em conta as propostas das diversas organizações populares.
Na mesma ocasião, condenaram as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, logo após a tomada de posse, a 20 de Janeiro, acusando a China de ter o Canal do Panamá sob controlo e ameaçando assumir pela força o controlo da via inter-oceânica.
Neste sentido, apelaram à realização de mobilizações contra a visita ao país centro-americano do secretário de Estado Marco Rubio, no âmbito de um giro que também inclui a Guatemala, El Salvador, Costa Rica e República Dominicana.
Em declarações à Prensa Latina, Saúl Méndez sublinhou que o máximo representante da diplomacia norte-americana não tem nada a procurar no seu país – aludindo às ameaças da Casa Branca de se apropriar do Canal, também recorrendo à força militar.
O dirigente sindical instou os EUA a respeitarem a soberania do Panamá sobre o Canal, ao abrigo do acordo Torrijos-Carter, de 1977, e frisou que «o povo panamenho saberá defender a sua soberania, o seu canal, o seu território e a sua autodeterminação».
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