|China

China apoia e respeita a soberania do Panamá sobre o canal

Em declarações à imprensa em Pequim, esta quinta-feira, um porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros afirmou que o seu país «sempre respeitou a soberania do Panamá sobre o canal».

Canal do Panamá, eclusa de Agua Clara Créditos / Wikipédia

Além de respeitar a autoridade panamenha sobre a infra-estrutura, a China reconhece «o estatuto do canal como uma via navegável internacional neutra permanentemente», disse Guo Jiakun à imprensa, citado pela agência Anadolu.

O representante do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros sublinhou que o país asiático «respeita a gestão e a operação do canal por parte do governo panamenho e nunca interferiu nos assuntos» relativos à administração da via.

As declarações do representante chinês seguem-se a um esclarecimento por parte da Autoridade do Canal do Panamá a desmentir o teor de uma publicação do governo dos EUA.

De acordo com uma comunicação do Departamento de Estado norte-americano, os navios dos EUA estão agora isentos do pagamento das tarifas estabelecidas para o tráfego no Canal do Panamá, poupando milhões de dólares anualmente.

A mensagem, divulgada no Twitter (X), junto à imagem de um navio de guerra a entrar nas eclusas no canal, foi desmentida pela entidade responsável pela administração da infra-estrutura, que esclareceu que só a ela compete fixar as portagens e outras taxas, e que não procedeu a qualquer ajustamento.

Pressões dos EUA sobre o Panamá

O presidente norte-americano, Donald Trump, acusou a China por diversas vezes de uma alegada ingerência na via navegável, nomeadamente porque uma empresa de Hong Kong opera dois portos nas entradas do canal.

Recentemente, durante a visita ao Panamá do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, o governo panamenho negou que essa alegada interferência de Pequim exista.

Em todo o caso, Rubio afirmou que o país centro-americano fez importantes «concessões» e também se ficou a saber que ambas as partes vão manter conversações sobre o canal, cuja soberania o Panamá exerce desde 1999, em função de tratados bilaterais reconhecidos internacionalmente.

Na sequência da visita de Rubio e das pressões exercidas, o presidente panamenho, José Raúl Mulino, fez saber esta quinta-feira que o Panamá deixará de renovar a sua participação na Iniciativa Cinturão e Rota, à qual se juntou em 2017 e à qual pertencem cerca de 150 países.

Na segunda-feira passada, Rubio afirmou que a decisão de não renovar o acordo com a iniciativa chinesa seria um «grande passo» para reforçar as relações entre Washington e o Panamá.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui