Num comunicado divulgado pela agência SANA, o Departamento de Antiguidades da província de Daraa, no Sudoeste da Síria, dá conta da recuperação de «103 peças antigas», que estavam escondidas numa casa em al-Jizah, no Leste da província referida.
O organismo acredita que os artefactos tenham sido roubados do Museu Arqueológico de Bosra por grupos terroristas, enquanto mantiveram a cidade sob controlo.
A província de Daraa foi libertada pelo Exército Árabe Sírio e seus aliados em Julho deste ano, na sequência de uma grande ofensiva lançada a 19 de Junho para libertar as províncias do Sudoeste do país, localizadas junto à fronteira com a Jordânia e aos Montes Golã ocupados.
De acordo com a SANA, os artefactos encontrados esta terça-feira incluem 75 pedras de basalto e mármore, e 28 peças de cerâmica. Todos datam do período romano.
Património pilhado de valor incalculável
No final de Outubro, o chefe da Direcção-Geral de Antiguidades e Museus (DGAM), Muhamad Nazir Awad, disse à Sputnik que é impossível avaliar a dimensão dos danos causados ao património cultural da Síria, porque não se sabe quantas peças foram roubadas, nem o valor de todo o património arqueológico que saiu ilegalmente do país.
Referindo-se à situação concreta dos museus, considerou «catastróficos» os casos dos museus de Raqqa e Idlib, e afirmou que foram roubadas peças nos de Homs, Palmira, Daraa e Bosra. Relativamente aos dois últimos, explicou que ainda não tinha sido possível fazer uma lista completa de todos os items roubados porque ambos se localizam numa região recentemente resgatada aos terroristas.
No início de Outubro, a Ópera de Damasco exibiu 500 peças salvas pelo Exército sírio no seu avanço contra as forças terroristas, lembrando a pilhagem massiva de que o país tem sido alvo ao longo de mais de sete anos de guerra de agressão.
Na ocasião, Mahmoud Hamoud, representante da DGAM, sublinhou que já foram salvas mais de 9000 peças, provenientes de todas as regiões da Síria. No entanto, apesar de todo o esforço feito no sentido da recuperação e do restauro do património histórico, o responsável sírio estimou que dezenas de milhares de artefactos pilhados continuem desaparecidos, muitos deles no estrangeiro e nas mãos de especialistas, à espera de os vender a coleccionadores privados.
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